Se o medo e tensão negativa forem maiores do que o prazer de estar junto, o término tornar-se-á desejado, muitas vezes inevitável, e muitas vezes ainda UM ALÍVIO.
Um paciente certa vez me disse que sua esposa lhe monitorava feito um grupamento de polícia designado para conter atividade potencialmente perigosa.
Enquanto namorada, ela sempre foi tranquila, porém, após o casamento, uma espécie de força maligna se apoderou dela e a transformou num animal horrendo e persecutório. O resultado desta transformação foi o esfacelamento do gostar e o surgimento do anseio pelo divórcio, por parte dele. Mas ele não conseguia pedir o divórcio, apenas o desejava (sobre este ponto crucial falarei alhures).
Este é um típico quadro onde o medo da perda entra em cena de uma maneira nefasta e estraga o que estava se desenvolvendo saudavelmente. Tem gente que é vítima do medo da perda desde o primeiro instante, porém tem gente que precisa sentir que o território é seu para daí temer que ele seja ameaçado.
Tem ainda aqueles que ficam mais do que temerosos, FICAM PARANOICOS depois que levam a relação a um nível de compromisso maior. É como se sentissem assim: “antes, se eu perdesse, tudo bem, pois nem era meu mesmo; mas agora, se perder, terei fracassado em conservar o que é meu, e poderei nunca mais ter nada para mim”. Nestes casos é que se incluem os que modificam seu comportamento depois de casados ou depois de notarem que o namoro se sedimentou.
Ora, os que imaginam que seu ambiente está ameaçado tendem a ser mais agressivos. Agridem O TEMPO TODO com desconfianças e cobranças que provocam um clima EXATAMENTE HOSTIL, o que deságua na desintegração do relacionamento.
A história do meu paciente é um alerta para todos os que temem neuroticamente perder seu objeto amoroso: se o medo e tensão negativa forem maiores do que o prazer de estar junto, o término tornar-se-á desejado, muitas vezes inevitável, e muitas vezes ainda UM ALÍVIO.
Queres uma relação saudável, gostosa e duradoura? Começa procurando modos de superares os medos que te assombram.