As tropas do Japão que participaram dos exercícios conjuntos com militares dos EUA e das Filipinas em 6 de outubro usaram veículos blindados no exterior pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial.
Durante essas manobras, que tiveram lugar em território filipino, a parte japonesa simulou a entrega de apoio humanitário durante uma operação para recuperar uma zona capturada por terroristas. Nessa atividade, 50 soldados japoneses desarmados marcharam atrás de quatro veículos blindados para recolher os supostos feridos das Filipinas e dos EUA.
O major japonês Koki Inoue disse que o objetivo das manobras era “aumentar nossa capacidade operacional”, bem como “melhorar nossa assistência humanitária e capacitação para o socorro em casos de desastre”, e lembrou que o Japão não esteve envolvido em práticas de combate.
Um oficial de comunicações do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, por sua vez, disse à agência AP que esses exercícios “não têm nada a ver” com uma nação ou qualquer exército estrangeiro, mas “estão exclusivamente relacionados ao terrorismo nas Filipinas”.
Tensões com a China
No entanto, o jornalista Christopher Woody, do portal Business Insider, observa que essas manobras conjuntas do Japão, EUA e Filipinas ocorrem em meio da crescente tensão entre a China e seus adversários.
Os exercícios foram realizados em uma base naval filipina localizada na ilha de Luzon, cerca de 200 quilômetros de recife de Scarborough — ilha de Huangyan, segundo os chineses — que Manila disputa com Pequim no mar do sul da China.
Além disso, eles ocorreram logo depois de uma série de incidentes recentes entre os EUA e a China nas águas próximas, como simulações de combates aéreos no mar do Sul da China usando bombardeiros estratégicos B-52 ou o incidente perigoso de aproximação de um navio da Marinha da China a uma embarcação militar dos EUA no mar do Sul da China perto das Ilhas Spratly.
Nesse sentido, Woody lembrou que o Japão também disputa territórios com a China no mar do Sul da China e que sua presença foi uma das razões para que suas forças militares “aumentassem suas capacidades”.