O presidente do banco central do Japão descartou nesta quarta-feira (31) ma alta dos juros no curto prazo em meio a riscos das disputas comerciais globais, mas também fez um firme alerta sobre as vulnerabilidades no sistema financeiro devido a anos de política monetária frouxa.
Nesta quarta-feira, o Banco do Japão manteve sua política monetária, como esperado, e reduziu as estimativas de inflação.
Em declarações após a decisão, o presidente Haruhiko Kuroda afirmou que o banco central está pronto para lidar com ameaças ao crescimento do Japão provenientes da intensificação dos atritos comerciais entre China e EUA através de medidas de afrouxamento monetário, incluindo cortes de juros ou aumento das compras de ativos, se necessário.
“É verdade que há riscos de baixa para o cenário e a maioria é provocado por fatores externos. Se esses riscos tiverem um grande impacto sobre a economia do Japão, os preços e os mercados, nós vamos é claro adotar ações de política monetária”, disse Kuroda.
Mas o Banco do Japão emitiu um alerta ligeiramente mais forte sobre as vulnerabilidades financeiras em relação a três meses atrás, refletindo as crescentes preocupações de que anos de juros ultrabaixos estejam afetando os lucros dos bancos e possam desencorajá-los de aumentar os empréstimos.
Em outro sinal de que o banco central está mais ciente dos deméritos de sua política, ele anunciou nesta quarta-feira mudanças a suas operações de compra de títulos para reanimar um mercado com liquidez enfraquecida pelo forte envolvimento do banco central.
Entretanto, Kuroda enfatizou que o Banco do Japão não vai elevar os juros para dar um alívio às instituições financeiras.
“Não temos absolutamente nenhum plano de mudar nossa meta de zero por cento para os rendimentos dos títulos de 10 anos”, disse ele.
Em sua decisão desta quarta-feira, o banco central manteve a meta para os juros de curto prazo em -0,1% e a meta de rendimento de longo prazo em torno de zero.