Telefones celulares sempre vieram de fábrica com joguinhos viciantes — desde o tempo daqueles “tijolos” da Nokia, era comum ver gente passando horas se divertindo com o famoso “jogo da cobrinha”. Com o advento dos smartphones, cada vez mais potentes e capazes de processar gráficos em alta definição, esse vício portátil só aumentou. Porém, como tudo na vida, essa diversão pode acabar trazendo sérias consequências à saúde caso você exceda seus limites.
De acordo com jornais e redes sociais asiáticas, uma mulher de Changsha, na China, ficou com todos os dedos de sua mão direita paralisados após jogar demais em seu smartphone. Tudo começou quando a chinesa (cuja identidade não foi revelada) ganhou uma semana de férias de seu serviço e resolveu aproveitar o tempo livre para se divertir com o dispositivo móvel. O problema foi que a moça ficou tão viciada na atividade que só parava de jogar para ir dormir — no dia seguinte, ao acordar, retomava a sessão contínua.
Depois de alguns dias, ela passou a sentir fortes dores na mão direita — o que não a impediu de continuar se divertindo com mais partidas. A asiática só foi ao médico quando seus dedos ficaram permanentemente paralisados, exatamente na mesma posição em que ela estaria segurando o seu celular. Após alguns exames, o diagnóstico foi certeiro: ela havia contraído tenossinovite, que nada mais é do que uma inflamação na sinóvia, revestimento da bainha protetora que recobre nossos tendões.
Existe mesmo?
Antes que você corra até o Google para checar, nós asseguramos: sim, tal condição médica realmente existe e é relativamente comum, afetando cerca de 150 mil pessoas por ano no Brasil. Na maioria das vezes, a tenossinovite é causada por outras doenças inflamatórias, infecções ou lesões — mas ela também pode ser desencadeada por esforço repetitivo, o que parece ter sido o caso da chinesa.
Embora a inflamação seja mais comum nas mãos, ela também pode ocorrer em outras partes do corpo, incluindo nos pés ou qualquer outro tendão de nosso corpo. A doença, além de causar paralisia, gera uma dor severa no local afetado, que pode vir acompanhada de inchaço, vermelhidão e — dependendo da causa — febre. Embora a tenossinovite não seja rara, é provável que esta seja a primeira vez que algum médico a diagnosticou por conta de jogatina excessiva.
Felizmente, a tenossinovite é reversível com o uso de remédios e cirurgias — que, para a alegria da chinesa, não foi necessária. Ela logo retomou o controle de seus dedos e pôde voltar a trabalhar normalmente (e jogar também, só que com moderação).
Caso similar
É interessante lembrar que essa não é a primeira vez que alguém vai parar no hospital depois de tanto jogar no celular. No ano passado, uma jovem de 21 anos — também na China! — ficou temporariamente cega por usar seu smartphone em excesso. Diagnosticada com oclusão venosa da retina (ou seja, a obstrução de uma ou mais veias que irrigam a retina), a asiática confessou que passava de 7 a 8 horas por dia jogando King of Glory, um game competitivo que faz um sucesso absurdo lá no Oriente.
Infelizmente, diferente da tenossinovite, essa condição ocular é bem mais grave — sendo assim, a jovem vai carregar resquícios de seu vício pelo resto da vida.