Preso desde novembro do ano passado em Tóquio, o executivo franco-brasileiro Carlos Ghosn, de 64 anos, ficará sob custódia da Justiça do Japão por mais dois meses. O pedido que o ex-presidente da Nissan fez de fiança foi rejeitado por um tribunal de Justiça da capital japonesa. A defesa do empresário promete apelar.
É segunda vez que foi feito um pedido de fiança desde o começo deste mês. Ele foi acusado de violação de confiança agravada e por subnotificação de sua compensação. Ghosn é denunciado por fraudes.
Em seu primeiro apelo, o empresário pediu para ficar na França e viajar para Tóquio para comparecer ao tribunal. De acordo com especialistas, o pedido foi negado para proteger a investigação em curso e reduzir os riscos de adulteração de provas.
Em seu pedido, Ghosn se propôs a ficar no Japão, usando tornozeleira eletrônica e respeitando outras condições impostas.
Os comandos das empresas Nissan e Mitsubishi Motors estudam processar o ex-presidente. As montadoras acusam Ghosn de receber compensação indevida de joint venture. Segundo as empresas, o executivo recebeu cerca de US$ 9 milhões.
De acordo com as montadoras, o dinheiro foi pago sob um contrato assinado por Ghosn com a joint venture, sem a aprovação do conselho de administração.