Dentre todas as artes, eu diria que essa deveria ser considerada a primeira em nível de importância e utilidade.
Mas, por que parece tão difícil? Por que é tão mais prazeroso ser mestre em apontar defeitos e falhas na vida dos outros, em vez de tentar consertar os problemas da própria vida?
A atitude de constantemente buscar informações sobre a rotina de amigos, colegas, vizinhos, parentes, famosos, youtubers, influencers, notícias sobre tragédias e desastres, nada mais é do que uma atitude de fuga desesperada da própria vida/realidade.
Por que não parar um minuto, ficar em silêncio, e observar quais são as áreas da sua vida que precisam de uma mudança, e o que você está fazendo ativamente para melhorá-las?
A maturidade emocional é conquistada a partir do contínuo esforço de olhar para dentro de si, a cada vez que a vontade de apontar o dedo ao outro for maior.
Essa é uma conquista diária, nem sempre fácil, um pouco dolorosa e que nunca estará completa, mas uma coisa é certa: pelos frutos se conhece a árvore.
Quais frutos você está gerando? O fato de não estar satisfeito com a vida que leva agora, não é uma desculpa para continuar realizando os mesmos esforços, pois obterá, com toda a certeza, os mesmos resultados.
Estamos tão acostumados a expor nossas vidas nas mídias sociais, que nos esquecemos dos julgamentos os quais estamos sujeitos, a cada instante. Nas redes sociais, um rastro é sempre deixado, e ainda que você tente, dificilmente ele será apagado. A “vida de vitrine” proporcionada pelas redes sociais tornou-se uma fuga constante de entrarmos em contato com nossos medos, nossos sonhos, nossas aspirações. Podem ser ferramentas muito úteis e interessantes, quando utilizadas com moderação, pois aproximam pessoas e permitem um mundo de possibilidades, abrem portas profissionais etc.
A questão é que não controlamos devidamente esse uso. E não, não estou aqui para dizer que não podemos postar uma ou outra foto em troca de “likes”.
O problema acontece quando você se torna dependente desses “likes”, ou melhor dizendo, da opinião alheia, de quem não está ou não convive com você, de quem não o conhece.
A impressão que se pode ter com esse tipo de atitude, é de que muita gente, hoje em dia, se acha extremamente digno de atenção pelas superficialidades que posta (e, diga-se de passagem, muita vergonha alheia poderia ser evitada!).
Quando o julgamento de valor que o indivíduo tem sobre si mesmo depende total e exclusivamente da opinião que os outros têm sobre ele, começa então um processo de “autoalienação”: não sei quem sou, o que quero, o que me satisfaz, nem para onde quero ir. Dessa forma, qualquer lugar serve.
Essa arte, quase divina mas não tão apreciada, pode ser exercitada diariamente, quando você optar por não se entreter ou passar horas a fio consumindo conteúdos que em nada agregam ou acrescentam em seu desenvolvimento pessoal (se, de alguma forma, você busca se desenvolver… senão, volte duas casas). Olhar para os próprios “abismos” pode ser desesperador inicialmente, deparar-se com o vazio assusta, deparar-se com as próprias falhas pode gerar indignação.
A partir disso, admite-se que precisa mudar, e mudar implica em esforço, resiliência, atitude. E quem deseja genuinamente mudar?