Talvez você já tenha escutado por aí sobre a importância de dar sempre o seu melhor em tudo aquilo que se dispõe a fazer.
Talvez, você tenha assumido o compromisso de honrar, com unhas e dentes, esse propósito de ser sempre o seu melhor, seja no trabalho, no seu relacionamento com seus amigos, familiares, cônjuges e filhos, seja com os cuidados com a sua saúde física e psíquica, seja com a organização da sua casa.
Qual o problema de tudo isso? Afinal, dar o nosso melhor é o que nos dignifica, o que nos dá a sensação de contribuir para um bem maior, de sermos realmente bons para os outros, não é verdade?
Só que não é bem assim que a coisa toda acontece, e eu vou lhe explicar o porquê.
O problema é que não nos foi ensinado que dar o nosso melhor não é exceder os nossos limites, a fim de cumprir, com maestria, todos os papéis, que assumimos no decorrer de nossas vidas. E é esse erro que nos leva ao desgaste emocional que, muitas vezes, nem mesmo sabemos de onde surgiu.
É essa percepção errada que nos leva a uma ansiedade constante de querer sempre fazer mais do que realmente somos capazes naquele instante e, consequentemente, ao sentimento de culpa, tão destruidor quanto a pior das doenças.
Quem nunca se sentiu desanimado, desmotivado, com a sensação de que não conseguiu ser bom o bastante nessa ou naquela tarefa do dia a dia?
Quem nunca já acordou cansado, sem coragem de ir trabalhar, de arrumar a casa ou de estudar?
Quem nunca se sentiu estressado com o menor comentário ou atitude de alguém e, logo depois, se perguntou: “Por que foi que eu me alterei tanto com isso”?
Eu lhe respondo: Talvez, você esteja se sobrecarregando com a ideia de que dar o seu melhor significa autossacrifício.
Dar o seu melhor significa parar por alguns instantes, olhar para dentro de si mesmo, e descobrir o que, verdadeiramente, você está disposto a ser e fazer naquele dia, naquele momento do seu dia. E entender que está tudo bem, se precisar alterar a sua rotina de vez em quando, se não der para fazer aquela faxina caprichada como você havia planejado porque está se sentindo cansada, se não tiver disposta a sair na sexta-feira à noite ou se não conseguir fazer, com perfeição, essa ou aquela tarefa.
O que quero lhe dizer é que precisamos nos poupar dessa autocobrança de que precisamos ser perfeitos em tudo, o tempo todo.
O que quero lhe dizer é que fazer o seu melhor é, antes de mais nada, respeitar o seu limite naquele momento, que talvez se altere no momento seguinte e, então, talvez você possa fazer um pouco melhor da próxima vez.
O que quero lhe dizer é que fazemos o nosso melhor quando somos capazes de assumir que aquele foi o nosso melhor naquele momento, que não era possível dar mais.
Porque quando damos o nosso melhor nesse sentido, conseguimos viver no agora, aproveitando cada instante da melhor forma possível.
Um exemplo? Se você se sobrecarrega com a intenção de fazer milhares de coisas no seu dia com perfeição, talvez você não se dedique verdadeiramente a nenhuma dessas atividades, e o que acontece no final do dia? Você fica com a sensação de que poderia ter sido melhor.
Lembre-se sempre de que feito é sempre melhor do que perfeito e que, ao assumir o compromisso de fazer o seu melhor, você precisa estar atento para não dar mais do que você pode naquele momento e nem menos do que poderia.