O ministro japonês das Olimpíadas, Yoshitaka Sakurada, teve de se retratar publicamente após chegar três minutos atrasado a uma reunião com parlamentares na última quinta-feira.
Deputados da oposição disseram que o atraso demonstrou o desrespeito do ministro por seu cargo. Em resposta, eles boicotaram por cinco horas um encontro para debater o orçamento do governo.
Sakurada tem sido alvo de duras críticas por ter cometido uma série de gafes desde que foi nomeado ministro, no ano passado.
Na semana passada, ele disse ter ficado decepcionado com a notícia de que a nadadora japonesa Rikako Ikee havia sido diagnosticada com leucemia.
“Ela é uma potencial medalhista de ouro (nos Jogos de 2020 em Tóquio), uma atleta em quem depositamos grandes expectativas. Estou muito desapontado”, disse o ministro. Após reações negativas à declaração, ele pediu desculpas.
Em 2016, Sakurada também gerou polêmica ao se referir às mulheres estupradas por soldados japoneses no passado como “prostitutas profissionais”.
No ano passado, o ministro – que também chefia a pasta de Segurança Cibernética – disse que nunca havia usado um computador, pois sempre delegava esse trabalho a subordinados.
A oposição pediu várias vezes que ele fosse demitido.
Embora se atrasar a reuniões não seja considerado uma falha imperdoável no Japão, o último incidente reforçou a ira dos críticos do ministro.
Em uma pesquisa que questionou se Sakurada tinha competência para ocupar o cargo, 65% dos participantes disseram que não, e 13% afirmaram que sim, segundo dados divulgados pelo jornal japonês Asahi Shimbun nesta semana.
Sakurada foi nomeado ministro das Olimpíadas em outubro de 2018. Entre suas funções está supervisionar as operações de segurança cibernética para os Jogos de 2020, em Tóquio.