O arquiteto japonês Arata Isozaki, de 87 anos, é o vencedor de 2019 do prêmio Pritzker, o mais importante do ramo. A escolha foi anunciada pela organização nesta terça-feira (5).
Isozaki defende a teoria de que, embora os edifícios sejam efêmeros, devem sempre agradar os sentidos de quem passa por eles.
O arquiteto nasceu em Ōita, na ilha japonesa de Kyushu, e tinha 14 anos quando Hiroshima e Nagasaki foram bombardeados na Segunda Guerra Mundial – fator que ele considera determinante para sua carreira.
“Quando eu tinha idade suficiente para começar a entender o mundo, minha cidade natal foi incendiada. Do outro lado da costa, a bomba atômica foi lançada em Hiroshima, então eu cresci perto do ponto zero”, explicou, em uma biografia divulgada pela premiação.
“Não havia arquitetura, nem edifícios e nem mesmo uma cidade. Apenas quartéis e abrigos me cercavam. Então, minha primeira experiência em arquitetura foi o vazio da arquitetura, e comecei a considerar como as pessoas poderiam reconstruir suas casas e cidades.”
O arquiteto se formou na Universidade de Tóquio, em 1954, e começou a carreira sob a orientação do ganhador do prêmio Pritzker de 1987, Kenzo Tange.
Entre suas obras icônicas, estão a Sala de Concertos de Quioto, no Japão, o Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles, nos Estados Unidos, e o museu Casa do Homem, em Corunha, na Espanha.
Cidade no ar
Nos anos 1960, Isozaki também criou o “City in the air” (Cidade no ar, em tradução livre), um projeto futurista para o distrito de Shinjuku, no Japão, que consistia em camadas elevadas de edifícios, casas e sistemas de transportes suspensos acima da cidade.
O plano foi uma resposta à rápida taxa de urbanização no local. A ideia, porém, nunca se concretizou.
Mesmo assim, Isozaki continuou a planejar cidades para economias em aceleração. Seus projetos mais recentes incluem áreas da China e do Oriente Médio.