Você sabia que um ser humano passa, em média, 26 anos de sua vida dormindo? Estamos falando de muito tempo, e, embora saibamos que dormir bem é fundamental para a saúde, a verdade é que a questão da necessidade de longas noites de sono ainda não é totalmente resolvida e sempre foi um grande mistério em termos de biologia.
Partindo do princípio de que a privação de sono prejudica muito o funcionamento do cérebro e do sistema nervoso de modo geral, podendo causar alucinações e crises epiléticas, cientistas acreditam que precisamos dormir para garantir a saúde do nosso órgão pensante.
Uma pesquisa divulgada recentemente nos mostra que a falta de sono faz muito mais mal ao cérebro do que imaginávamos: é como se o órgão comesse a si mesmo.
Como assim?
“As células cerebrais que destroem e digerem células e detritos desgastados entram em alta velocidade em camundongos cronicamente privados de sono. Em curto prazo, isso pode ser benéfico: limpar os resíduos potencialmente nocivos e reconstruir circuitos desgastados pode proteger as conexões cerebrais saudáveis. Mas pode causar danos em longo prazo e poderia explicar por que uma falta crônica de sono aumenta os riscos de Doença de Alzheimer e de outros distúrbios neurológicos”, explicou Michele Bellesi, em declaração publicada no Mother Nature Network.
Novas pesquisas realizadas pela Universidade de Wisconsin concluíram que precisamos dormir para que nossa memória funcione bem. O pesquisador Giulio Tononi trabalhou com cérebros de camundongos e descobriu que as conexões entre os neurônios (sinapses) são enfraquecidas enquanto dormimos.
Faz parte
Um cérebro com menos conexões consegue trabalhar melhor no dia seguinte e tem mais espaço para criar novas memórias. Dormir, portanto, é uma maneira de limpar o cérebro e aprimorar tudo o que aprendemos quando estamos acordados. “Dormir é o preço que pagamos pela aprendizagem”, resumiu Tononi.
Seguindo essa lógica, fica fácil entender por que temos dificuldades em aprender coisas novas quando estamos perto da hora de dormir – significa, basicamente, que o cérebro atingiu sua capacidade funcional do dia e precisa passar pelo processo de limpeza.