A Coreia do Norte está mais perto de abandonar tentativas de resolver a questão nuclear através de negociações. De acordo com o vice-ministro das Relações Exteriores norte-coreano, Choi Seonhi, “o atual posicionamento mafioso dos EUA torna a situação perigosa e nossa liderança superior em breve anunciará decisão”.
Por sua vez, o assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, já alertou que, caso Pyongyang planeje reiniciar testes nucleares e de mísseis, isso seria uma “má ideia”. Bolton não ofereceu nenhuma solução para a situação.
O posicionamento firme dos EUA nas negociações, que se tornou uma das principais razões do fim sem resultados da cúpula em Hanói, foi sentido negativamente não só na Rússia e na China, mas também na Coreia do Sul.
No entanto, o “fogo amigável” de Seul apenas força os EUA a procurarem outros aliados na execução da sua estratégia na península coreana, e o Japão pode vir a ocupar o principal lugar no processo. Tóquio se mantém firme sobre a questão do programa de mísseis nucleares, e, ao mesmo tempo, não deixa de tentar estabelecer diálogo.
O Japão anunciou que, pela primeira vez em 11 anos, não participaria na elaboração de uma resolução sobre os direitos humanos na Coreia do Norte para apresentação à comissão competente das Nações Unidas. O passo inesperado japonês pode forçar Pyongyang a procurar compromissos sobre a questão nuclear.
Especialistas sul-coreanos acreditam que o governo de Moon Jae-in, fortalecendo o posicionamento norte-coreano com ações, tenha perdido a confiança de autoridades e especialistas americanos.
E agora o Japão tem um papel intermediário a desempenhar para intensificar as negociações. Mas, de acordo com o professor Park Jong Chol, este esquema não é tão simples.
Segundo Park Jong Chol, é óbvio que a atenção está concentrada no Japão. No entanto, ainda é difícil dizer se Donald Trump vai usar a “carta japonesa”, pois Tóquio dialogaria com Pyongyang levando em consideração seus próprios interesses nacionais, reforça o analista.
A Coreia do Norte, por sua vez, está mais interessada do que ninguém em normalizar as relações com os EUA e, portanto, estará mais disposta a responder às propostas japonesas para resolver questões atuais nas relações bilaterais, concluiu especialista.