Não é segredo para ninguém que o Japão é um país desenvolvido. Tampouco o é que o país é uma das economias mais fortes do mundo, chegando a ser a terceira potência econômica do mundo. A questão que fica é: como um país sem recursos naturais – com um território pequeno e montanhoso – conseguiu chegar a esse patamar após ser derrotado numa Grande Guerra?
A explicação não é fácil, obviamente, haja vista que chega a ser tema de teses de doutorado. De toda sorte, é possível sintetizar o fenômeno em duas palavras usadas pelos acadêmicos; O chamado Milagre Japonês.
Dois ingredientes são básicos nesse resultado. O primeiro é a intervenção governamental na economia. O outro é a própria essência da sociedade japonesa, construído em cima de um legado cultural milenar.
Um grande fator para o sucesso econômico japonês é que se a nação não tinha matéria-prima (carvão, ferro, petróleo) para o processo de industrialização, ela importava. E exportava um produto industrializado e modificado; Com efeito, pagava o que gastava com a importação e ainda lucrava em cima disso.
As limitações em termos de matéria prima e espaço físico não foram para o povo japonês, um fator limitante. Muito pelo contrário, haja vista que o chamado “capital humano” sempre foi o mais valorizado por lá. A estrutura das empresas funciona de modo hierárquico e os funcionários respeitam – muito – seus chefes (tal como ocorre nas famílias japonesas).
Quanto ao fator físico, aliás, a máxima “a necessidade é a mãe das invenções” nunca foi tão verdadeira. Por não dispor de espaço físico para depósitos de matérias primas, a Toyota criou na década de 1960 um modelo atualizado da linha de produção de automóveis do fordismo: o chamado Toyotismo ou, Just in Time. Nele, não há a manutenção de depósitos e a matéria-prima que chega já é imediatamente modificada de modo a produzir o bem industrializado.
Como não se gasta em armazenamento, o produto fica mais barato e mais competitivo no mercado internacional. E é exatamente isso que explica aquela clássica pergunta: por que o Yen é tão desvalorizado em relação ao dólar?
Tal medida foi executada pelo governo japonês ao início da década de 1970 para transformar o superávit comercial (ou seja, exportar mais produtos do que se importa) em superávit financeiro da balança comercial (entrar mais dinheiro do que sair).
Isso, aliado a baixa inflação devido à disciplina da sociedade em poupar – coisa que é essencial para a manutenção de índices baixos de inflação – acaba por manter o Yen uma moeda estável, ainda que desvalorizada. O índice japonês se mantém em 3% ao ano – enquanto o brasileiro, em 6% na última década.
Aqui, porém, nem todos os produtos tem seu valor indexado pela inflação anualmente. Recentemente, houve reajuste nas loterias por exemplo. O acréscimo no preço das 3 principais loterias foi de 25%.
Fonte: Japão em Foco