Temos medo. Talvez já tenhamos nos arriscado e sofrido. Talvez, não tenhamos sequer tentado. De qualquer forma, temos medo.
Pior ainda, temos medo de reconhecer nosso medo e nos escondemos atrás do manto do “não era para ser”, “foi melhor assim”, “nem queria mesmo”, enquanto perdemos oportunidades de viver e de sermos felizes.
Bauman já dizia que vivemos em uma sociedade líquida, em que tudo vem e tudo vai sem apego, com desprendimento.Assim, também vivemos amores líquidos, amores que mal começam e já estão fadados ao fim.
Não me comprometo, para não sofrer. O outro também não. Então, vivemos relacionamentos pretensamente seguros, rasos e que inevitavelmente terão seu fim.
Muita gente procurando amor. Por que ninguém encontra?
Porque estamos encastelados em nós mesmos, fechados em nossas dores, medos e frustrações, sem tempo e disposição para arriscar.
Assim, os dias passam, a frustração aumenta e começamos a acreditar que “não era para mim”.Bobagem. Se a sociedade é líquida, escolho ser sólida. Vou sofrer assim? Vou sofrer de qualquer jeito, afinal, viver é um risco.
Porém, do outro lado do risco, há vida. E do outro lado do medo, o que há?