Se para você comer é uma das coisas mais prazerosas que existe, é difícil entender o porquê o seu filho se recusa a abrir a boca na hora da refeição. Embora a atitude deixe as mamães preocupadas, ela é mais comum do que você imagina e o melhor a fazer é aprender a driblar a inapetência e respeitar os momentos da criança, pois ela só vai ser prejudicial em casos muito extremos.
Antes de mais nada, os pais devem descartar qualquer doença. Um simples resfriado, uma dor de ouvido ou o nascimento dos dentinhos podem acabar com o apetite do seu filho por até uma semana e, se o sistema imunológico estiver bem fortalecido, ele se reestabelecerá naturalmente. Em casos graves de inapetência, a criança pode ter carência de nutrientes, e precisará ser cuidada de perto por um especialista. Se você perceber que o seu filho está apático, pálido, fraco, sonolento e com sensibilidade nos cabelos, nas unhas e na pele por um período de tempo superior a sete dias, é preciso levá-lo ao médico para identificar a falta de vitaminas essenciais para o desenvolvimento infantil.
Se a criança estiver com a saúde em dia, o principal motivo para não querer comer é comportamental. Principalmente a partir dos dois até os seis anos, quando a criança passa por uma fase intensa de exploração do mundo, ficar sentado à mesa, mastigando, aguardando o fim da refeição e tolerando a insistência dos adultos se torna uma tarefa maçante.
Além disso, os pequenos tendem a usar essa postura para chamar a atenção dos pais e manipulá-los de acordo com seus interesses, desde não ingerir determinado alimento até adquirir um novo brinquedo, pois eles percebem como vocês ficam preocupados quando eles não comem. Também é preciso ter em mente que, de zero a dois anos de idade, as crianças praticamente dobram de tamanho, e, em seguida, passam a se desenvolver de forma mais lenta, mudando também as necessidades nutricionais, que já não são tão grandes assim.
Mesmo se você estiver muito preocupada com a falta de fome do seu filho, não ofereça suplementos nutricionais ou estimulantes de apetite sem consultar o pediatra. Esses produtos possuem efeitos colaterais, assim como qualquer outro medicamento, e são indicados apenas em casos prejudiciais de saúde. Pensando nisso, a Alô Bebê preparou algumas dicas para ajudar no processo de alimentação dos pequenos.
Estimulando a alimentação infantil
Para que o pequeno coma bem e ainda tome gosto por alimentos saudáveis, ele pode contar com uma ajudinha da mamãe e do papai, que precisam dar a devida importância para a alimentação, ser bons exemplos para os filhos e manter a calma se as coisas começarem a dar errado.
Estabeleça uma rotina de refeições
O fator primordial para que a criança deseje comer é ter fome. Isso não significa que você deve deixar o seu filho faminto durante o dia para que ele termine o jantar, mas sim estabelecer uma rotina para todas as refeições que ele fará ao longo do dia. O indicado são três refeições principais (café da manhã, almoço e jantar) e vários lanchinhos intermediários a cada duas ou três horas. Por isso, se o pequeno vai almoçar ao meio dia, nada de oferecer um suco às onze da manhã.
Fique longe de distrações
O pequeno deve comer à mesa, de preferência com toda a família. Para que isso aconteça, é preciso preparar um ambiente onde o foco seja o momento da refeição, ou seja: sem televisão, sem brinquedos e sem outros fatores que possam despertar a atenção da criança.
Fazer o famoso aviãozinho, sair correndo atrás da criança e armar a mesa no jardim são estratégias que fazem ela perder a concentração, e pode acabar comendo de menos ou até demais, pois não perceberá os sinais que o corpo emite.
Não aceite manipulações
Seu filho conhece muito bem os seus pontos fracos e sabe atingi-los direitinho! Por isso, nada de cair nas manhas e condições impostas pelos pequenos, mesmo se ele prometer comer se você fizer isso ou aquilo ou quando a trocar a refeição por opções nada saudáveis. É preciso se manter firme para que ele perceba que se alimentar é importante e que o mau comportamento não vai levá-lo aonde que, mas sem obrigá-lo a comer.
Ajude a criança a praticar a autonomia
Com alguns incentivos dos pais, os pequenos podem aprender não só a se alimentar, mas também a ter autonomia para realizar algumas atividades por conta própria. Por isso, convide a criança para auxiliar com o almoço no final de semana, montar o próprio prato e, se forem muito jovens, a comer com a mão ou usar os talheres como desejarem.
Dê bons exemplos
A mamãe e o papai são as principais referências das crianças também quando se trata da alimentação. Uma vez que você ingere determinados tipos de alimentos, você estimula seu filho a acompanhar o hábito. Então, da próxima vez que quiser que a criança experimente brócolis, nada de colocar um pedaço de lasanha no seu prato!
Incentive a ingestão de novos alimentos
Frequentemente, ofereça novas opções de alimentos, com diferentes sabores, texturas e formas de preparo.
Dessa forma, você estará incentivando a descoberta de novas preferências, que podem se tornar muito mais atrativas na refeição quando a criança se recusa a comer. Conversar com ela e explicar o benefício de cada novo alimento utilizando alegorias que ela conheça, como personagens de desenho, também vai facilitar a aceitação.
Não esconda alimentos que a criança não gosta
Se o seu filho já demonstrou que detesta determinado alimento, mesmo que seja essencial para uma dieta balanceada, não use a técnica de escondê-lo na refeição, como em sopas, carnes recheadas ou sucos. Muitas vezes, só de saber ou perceber que o alimento está no prato já é motivo suficiente para que o pequeno feche a boca.
Não force a barra
Se a criança não quer comer, não insista! Ela ficará com fome mais tarde e pedirá para ser alimentada, e isso pode ser uma vantagem para que você ofereça o restante do almoço, fazendo com que ela complete a refeição. Nada de oferecer leite e guloseimas no lugar, pois ela entenderá que essas opções substituem um prato completo!