O presidente do banco central do Japão, Haruhiko Kuroda, disse nesta segunda-feira que o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) vai prestar muita atenção ao impacto que as incertezas globais e as movimentações do mercado podem ter sobre a economia japonesa na condução da política monetária.
Kuroda também disse que os bancos centrais não precisam ser muito pessimistas sobre sua capacidade de estimular a economia com uma flexibilização monetária adicional, mesmo se confrontada com um declínio substancial na taxa natural de juros.
“Examinaremos cuidadosamente vários fatores de risco, além da evolução da atividade econômica e dos preços, bem como as condições financeiras, e ponderaremos os benefícios e custos dos efeitos da política monetária”, disse Kuroda em um discurso em um seminário organizado pelo Fundo Monetário Internacional em Washington.
“Desta forma, o banco continuará a conduzir sua política monetária de maneira apropriada.”
Autoridades do Banco do Japão, incluindo Kuroda, disseram que estão prontos para aumentar os estímulos se a economia perder força e também para atingir a meta de inflação de 2% do banco central.
Alguns analistas dizem que o BoJ pode afrouxar sua política monetária já na reunião dos dias 29 e 30 de julho, caso as incertezas globais desencadeiem uma forte valorização do iene a ponto de impedir a recuperação do Japão, que depende das exportações.
Mas o banco central provavelmente não aumentará facilmente os estímulos, já que anos de flexibilização agressiva empurraram os custos dos empréstimos a zero ou abaixo dele, prejudicando as margens dos bancos comerciais e deixando o banco central com pouca munição para combater a próxima recessão.