Filho de brasileiros, o judoca campeão da categoria para atletas com até 81 kg dos Jogos Pan-Americanos, Eduardo Yudy, nasceu durante uma viagem dos pais ao Japão e afirma que “largou tudo” na pequena cidade de Ibaraki aos 19 anos para defender as cores verde-amarela nos tatames pelo mundo.
“No primeiro ano de faculdade, surgiu a chance de lutar em uma seletiva no Brasil. Abracei ela, ganhei o torneio, entrei na seleção e vi que tinha uma grande oportunidade. Larguei tudo e fui para o Brasil”, relembrou Yudy ao sair da luta de 19 segundos que garantiu a ele a medalha dourada.
O judoca recordou ainda que chegou a tentar disputar uma seletiva no país asiático, mas teve sua aceitação negada por não possuir passaporte japonês. “Minha família é brasileira e o Japão não permite dupla nacionalidade”, explicou ele, que agora sonha em retornar ao país onde nasceu para competir nas Olimpíadas do ano que vem.
Apesar de morar no Brasil há apenas cinco anos, ele já afirma se sentir mais brasileiro do que japonês. “Eu me acostumei muito com o Brasil e não quero mais sair. Pelo Japão eu tenho um outro carinho e me sinto em casa também”, revelou.
Yudy ainda aponta o aprendizado do idioma como a maior dificuldade que encontrou ao se mudar para o Brasil. “Foi muito difícil aprender português. Quando cheguei no Brasil não falava quase nada”, lembrou ele, que precisava pedir ajuda para realizar ações básicas do dia a dia.
Questionado, o medalhista de ouro sequer pensou duas vezes para responder que a comida brasileira é a coisa que mais gosta do território nacional. “Quando eu cheguei no Brasil, consegui engordar 10 kg”, recordou ele, que garantiu não ter dificuldades com a balança. “Meu peso até sobe rápido, mas desce na mesma velocidade”, relatou.