O julgamento de uma empresa acusada por um funcionário de assédio moral depois que ele tirou a licença-paternidade começou nesta quinta-feira em Tóquio, o tipo de caso que raras vezes chega aos tribunais japoneses.
O denunciante, um japonês de 38 anos que optou pelo anonimato no processo, reclama 4,4 milhões de ienes (37.000 euros) em indenização da empresa, a fabricante de material esportivo Asics.
O homem trabalhava na área de marketing e recursos humanos, mas depois de retornar da licença-paternidade em 2015 foi transferido para outro cargo, sem relação com suas competências, em um depósito.
Ele conseguiu retornar a um cargo na sede central, mas afirma que recebeu “tarefas inúteis” e sofreu uma “pressão silenciosa” para pedir demissão. Entre 2018 e 2019 tirou mais uma licença-paternidade após o nascimento de outro filho.
A lei japonesa é generosa com as licenças e autoriza tanto a mãe como o pai a se afastar por até um ano do trabalho.
Entre a população ativa no Japão, mais de 80% das mães aproveitam a licença, mas no caso dos pais o benefício é requisitado por apenas 6%.