O presidente americano, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (25) que os Estados Unidos e o Japão acertaram a primeira fase de um acordo comercial ao qual ele chamou de “fenomenal”.
“Formalmente anunciamos a primeira etapa de um novo e fenomenal acordo comercial”, disse Trump acompanhado do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, após uma reunião paralela à Assembleia Geral da ONU.
“Isto é uma grande parte, mas em um futuro bastante próximo, vamos ter muito mais”, acrescentou Trump.
Abe disse que seria um acordo bom para ambos os países.
Pelo acordo, o Japão reduzirá as tarifas sobre US$ 7 bilhões em produtos agrícolas americanos e aumentará suas compras de trigo e cevada.
Em contrapartida, Washington concordou em reduzir suas tarifas sobre US$ 40 bilhões em produtos agrícolas japoneses e a reduzir as cotas de carne importada do país asiático para permitir que o Japão competisse no mercado americano.
Em um documento separado, autoridades dos dois países se comprometeram a eliminar impostos sobre produtos digitais, como vídeos, músicas e livros, além de garantir o trânsito de dados sem impor barreiras.
No entanto, o acordo ainda não inclui a questão espinhosa do comércio de automóveis.
Tóquio exige o firme compromisso de Trump de não impor tarifas de 25% sobre seus veículos – ponto de importância vital para o Japão, cuja economia está em dificuldades, de acordo com a mídia japonesa.
Após um adiamento, Trump marcou para 17 de novembro a data para decidir se vai impor essas tarifas aos veículos.
Déficit comercial
Utilizando as tarifas como ameaça, o presidente dos EUA procurou um amplo acordo que reduza o déficit comercial americano com o Japão e beneficie o setor agrícola, um de seus principais celeiros de votos.
Trump disse que um acordo comercial seria importante para “reduzir nosso déficit comercial crônico”.
Em 2018, o déficit comercial dos Estados Unidos com o Japão foi de US$ 58 bilhões. O Japão exportou US$ 51 bilhões em automóveis, segundo dados oficiais.
Os produtores americanos estão especialmente ansiosos por um acordo, porque são muito dependentes das exportações. Os consumidores japoneses compraram um quarto da carne bovina e suína exportada pelos Estados Unidos no ano passado.
Trump disse que espera assinar em breve um “acordo muito amplo” com o Japão, o que significa, acrescentou, “muitos dólares para nossos pecuaristas”. “Em breve já trabalharemos na fase II”, assegurou.