Dragão é uma criatura que é imaginada como sendo fantástica e mítica. Na cultura japonesa, temos algumas referências a essas criaturas. Mas como sabemos, nem todas as representações são apenas das virtudes dos dragões. Em muitas culturas, eles podem ser retratados como criaturas selvagens e extremamente perigosas.
Alguns os consideram ferozes, capazes de atacar e matar os seres humanos. Isso é um fato e não podemos negar. Muito menos ignorar que isso também faz parte das culturas.
Mas enfim, um ser lendário como esse mexe com a nossa imaginação. Neste artigo vamos conhecer um pouco sobre estas criaturas e como ela é conhecida na cultura japonesa.
O Dragão é considerado uma criatura legendária, isso pela descrição física feita pelos chineses e coreanos. No Japão é conhecido como Nihon-no-ryū. Ou somente como Ryū.
Quem não tem vontade de conhecer um dragão? Seria como se entrasse no mundo lendário, conhecendo criaturas e lugares que nunca foram vistos e que provavelmente nunca vão ser. Em cada país os Dragões têm seu significado e o seu misticismo.
Como, por exemplo, na China o ryū nada mais é do que uma das quatro bestas divinas. Estas que fazem parte também da mitologia japonesa, no que chamamos de intercâmbio cultural.
Na maioria das vezes, ele são emblemas de imperadores ou heróis, usadas apenas para ostentar sua nobreza. Porém também podem representar sabedoria, pelo menos no Japão.
Os dragões chineses
Os dragões chineses podem ser chamados de “Lung”. O “Lung” tem corpo de serpente, cabeça de crocodilo, escamas de lagarto, chifres de cervo. Além de olhos de gato, nariz de salamandra, garras de águia, patas de lagarto, juba de leão e bigodes de bagre.
Sim, os dragões chineses são bem distintos. Para que a história dessa criatura se espalhasse por aí, tem que haver um motivo. Dizem que a história procede dos relatos de enormes peixes que cresceram de forma extremamente desproporcional a qualquer outro.
Pode parecer que os dragões são pouco presentes na mitologia japonesa, mas a seguir veremos alguns exemplos dessa figura lendária na cultura japonesa.
Os dragões na mitologia japonesa
Um dos Dragões mais famosos é o Yamata no Orochi. Descrevem-no como um terrível monstro de oito cabeças e oito caudas, sim, muito peculiar. Mas este, foi assassinado por Susanoo.
E em uma das caudas, Susanoo acabou encontrando a famosa espada sagrada Kusanagi. Para ser exato, foi achada na quarta. Podemos citar também outro dragão bem conhecido, e aliás muito importante no Japão. Este é o Deus-imperador do mar, o Ryūjin.
Já Kiyohime (“Princesa da pureza”) trata-se de uma garçonete de casa de chá que se apaixonou por um jovem padre budista. Depois que ele a rejeitou, ela estudou magia, se transformou em um dragão e o matou. Outra lenda que podemos citar é a Nure-onna, um dragão com cabeça de mulher e corpo de cobra. Ela costumava ser vista enquanto lavava o cabelo na margem do rio e às vezes matava humanos quando irritada.
Ainda temos Zennyo Ryūō (“Rei Dragão do Bem”), o deus da chuva, representado como um dragão com uma cobra na cabeça ou como um humano com a cauda da cobra.
Comparação com outros dragões
Não existe tanta diferença assim, entre os dragões japoneses e os de outras mitologias orientais. Deixando bem claro que, os dragões da mitologia japonesa têm três garras em seus pés. Isso ao invés de quatro como os coreanos, e cinco como os chineses.
Dizem que os dragões japoneses não voam tão frequentemente como os das mitologias ocidentais. E são descritos como criaturas benevolentes, que às vezes podem conceder desejos. Mas no geral, a maior parte dos dragões japoneses podem ser comparados aos chineses e coreanos. Principalmente pelo fato de que eles não tem asas.
Templos do Dragão no Japão
Em muitos templos budistas no Japão podemos encontrar esculturas de dragões. Existem histórias de que essas criaturas vivem em lagoas e lagos próximos a templos. Alguns exemplos são o Shitennō-ji em Osaka e o Templo Gogen em Hakone, em Kanagawa.
No santuário no Monte Haku existe uma lenda de que um sacerdote zen viu um dragão de 9 cabeças se transformar na deusa Kannon. Atualmente, o Santuário do Dragão no Lago Saiko em Fujiyoshida, Yamanashi, tem um festival anual e show de fogos de artifício.
Aliás, muitos templos também levam nomes de dragões mitológicos. Como exemplos podemos citar o Tenryū-ji (“Templo do Dragão Celestial”) que pertence à seita Rinzai, assim como Ryūtaku-ji (“Templo do Pântano do Dragão”) e Ryōan-ji (“Templo da Paz do Dragão”).
Segundo uma lenda, quando os edifícios do templo budista Hōkō-ji ou Asuka-dera foram removidos de Asuka para Nara em 596, “uma nuvem roxa desceu do céu e cobriu o pagoda e o salão do Buda; depois a nuvem assumiu a forma de um dragão ou fênix”.
O Kinryū-no-Mai (A “Dança do Dragão Dourado”) é uma dança japonesa anual do dragão, realizada em Sensō-ji, um templo budista em Asakusa. Segundo a lenda, o Templo Sensō foi fundado em 628, depois que dois pescadores encontraram uma estatueta de ouro de Kannon no rio Sumida, quando dragões de ouro supostamente subiram ao céu.
A Dança do Dragão Dourado foi criada para celebrar a reconstrução do Salão Principal do templo em 1958 e é realizada duas vezes por ano, geralmente em março e outubro.
Na cultura popular
Na cultura pop também os deparamos com dragões, onde na maioria das vezes possuem poderes mágicos tais como o poder de cura, o poder de voar ou assumir a forma humana a qualquer momento. Um bom exemplo é o anime e mangá Os Cavaleiros do Zodíaco.
Nestes, temos uma referência aos dragões por causa do personagem Shiryu de Dragão. Outro caso que também pode ser citado aqui é que no anime Dragon Ball.
Como sabemos, um dos maiores objetivos é o de conseguir as esferas mágicas que podem conceder desejos. Os quais são concedidos à humanidade pelo Dragão Shenlong.
Na série Pokémon, a maior parte dos dragões (tais como Dragonair ou Rayquaza) possuem características distintas entre si. Na animação A viagem de Chihiro, um dos integrantes é um dragão branco que vive submerso em um rio. Já na série Dragon Quest, pode-se observar que há muitos dragões, desde dragões europeus até dragões asiáticos.
Enfim… Podemos encontrar dragões sendo representados em qualquer lugar. Por exemplo, na Marinha Imperial Japonesa, vários porta-aviões foram batizados com nomes de dragões, tais como o Hiryu, o Soryu ou o Ryujo, só para citarmos alguns exemplos.
O nome de Soryu também foi usado para designar uma classe de submarinos da Força Marítima de Autodefesa do Japão. Muito interessante né?
Manda, um personagem que aparece nos filmes kaiju produzidos pela Toho, também é descrito como um dragão japonês. Além disso, o dragão é uma figura popular na arte Yakuza.