Você sabia que a taxa de alfabetização do Japão é quase 100% e que as crianças são responsáveis pela limpeza das salas de aulas?
O Japão é um país maravilhoso, formado por milhares de ilhas, paisagens paradisíacas, uma culinária mundialmente famosa, cultura milenar e história incrível. Várias coisas nos causam estranheza por serem tão distintas da nossa realidade. No entanto, nós temos muito o que aprender com eles, principalmente em termo de disciplina, tecnologia e educação.
A seguir, listamos 40 fatos peculiares sobre o Japão!
Culinária no Japão
1. Produtores agrícolas japoneses inventaram a melancia quadrada para facilitar o seu transporte e armazenamento e elas são cultivadas assim há mais de 30 anos. Para isso, os japoneses as colocam em caixas de vidro, assim recebem a luz do sol e são moldadas no formato quadrado. A ideia proliferou e agora existem até melancias no formado de coração, que são substancialmente mais caras, entre US$ 15 a US$ 20.
2. Aproximadamente 24 bilhões de pares de hashis são usados no Japão todos os anos. Os japoneses consideram falta de educação se você usar os utensílios de forma errônea, como, por exemplo, espetar a sua comida com eles. Além disso, se você quiser que a sua companhia prove o seu prato, não é comum usar os seus hashis para dar comida na boca de outra pessoa; o certo é colocar a comida no prato da pessoa para ela usar os seus próprios hashis.
3. Mas o costume considerado mais grosseiro pelos japoneses é enfiar os pauzinhos na sua tigela de arroz, principalmente em uma posição vertical – isso só é feito em cerimônias para honrar os mortos. Ah, e dar gorjeta também é grosseria!
4. O sushi de salmão foi introduzido à culinária japonesa nos anos 80 pelos noruegueses! Nos anos 70, o Japão não precisava importar peixes por ter uma indústria de frutos do mar autossuficiente e também não costumava usar o famoso salmão para fazer sushi. Tudo isso teve início nos anos 80 após a delegação de frutos do mar da Noruega visitar o país e criar o Projeto Japão, que pretendia expandir as relações entre as duas nações e promover a indústria de frutos do mar norueguesa, assim passaram a exportar salmão regularmente ao Japão. Consequentemente, os japoneses adquiriam o hábito de usá-lo cru em sua culinária graças à disponibilidade.
5. O Tsukiji, em Tóquio, é o maior mercado de peixe do mundo. Além de ser o maior atacadista de peixes e frutos do mar internacionalmente, ele também é famoso pelo seu leilão de sardinhas. Partes do atacadão são restritas aos visitantes, mas há também seções de varejo, com comidas de todos os tipos e diversos restaurantes, abertas ao público geral.
6. Há mais de 70 sabores de Fanta no Japão, desde sabores menos peculiares, como abacaxi, laranja com Coca-Cola, pêssego, ponche de frutas, maçã verde e morango, até outros bem “diferentes”, inclusive greapfruit, lichia, kiwi, fruta misteriosa, hip hop, ameixa-japonesa (sumomo) e Vitamina-C.
7. Como no país os McDonald’s ficam abertos 24 horas por dia, tem pessoas que “vivem” nos restaurantes (passam a noite no local), devido ao desemprego e alugueis caros no país. E tem até nome para eles: McRefugees (McRefugiados). O neologismo foi, inclusive, inventado primeiramente na língua japonesa e depois acabou de popularizando em outros países com restaurantes da rede fast food abertos 24 horas, como Hong Kong e China.
8. Carne de cavalo crua é popular no Japão. Em japonês, ela é chamada de sakura ou sakuraninki, que significa “carne de flor de cerejeira” por causa da sua cor rosada. Normalmente, ela é servida crua como sashimis, em fatias bem finas, para serem molhadas no shoyu (molho de soja), mas também pode ser temperada com gengibre e cebola (e passa a ser chamada basashi).
Imagem: Halfwayanywhere.com
9. Você consegue encontrar sorvete com sabor de enguia no Japão. Apesar de ter todos sabores tradicionais e marcas famosas como Häagen-Dazs disponíveis amplamente pelo país, é possível provar sabores do que eles chamam de “soverte inovador” ou “sorvete estranho”, como enguia, carne crua de cavalo e cobra (!!!).
10. Há mais de 80.000 restaurantes/lojas de macarrão instantâneo por todo o Japão. De fato, o ramen é um dos pratos que todo turista precisa provar no país, juntamente com o sushi. Apesar de até poucos anos atrás o macarrão não ser tão popular e basicamente ser conhecido apenas como uma opção rápida, barata e prática para as refeições, houve uma expansão da sua popularidade e lojas especializadas começaram a aparecer por todos os lados, as chamadas ramen-ya.
11. As latas de cerveja no Japão vêm com informações em Braille para que as pessoas com deficiências visuais não tomem álcool sem querer.
12. Comer e mastigar ruidosamente no Japão não é falta de educação. Pelo contrário, isto indica que você achou a comida deliciosa. Até mesmo na hora de comer a sopa, aquele barulhinho de sorver o líquido considerado mal-educado aqui no Brasil é muito comum e um sinal de que a sopa está boa.
13. Além disso, é normal levar a tigela até a sua boca ao invés de usar colher. E isso vale também para os alimentos que exigem o uso dos hashis: você usa uma mão para segurar a tigela mais próxima ao seu rosto e a outra mão para pegar os alimentos com os hashis, assim a distância é menor entre comida e a sua boca.
14. No Japão, é comum comer arroz com todas as refeições, inclusive no café da manhã. De fato, a única indústria ainda autossuficiente do Japão é a do arroz.
História do Japão
15. O Japão faz parte do grupo seleto dos quatro países que não foram colonizados pela Europa, juntamente com Coreia, Tailândia e Libéria.
Bairro Liberdade, na cidade de São Paulo, maior reduto da comunidade japonesa na capital paulista. (Imagem: Animoapps)
16. A maior comunidade de japoneses fora do Japão é a do BRASIL – são aproximadamente 1,5 milhão de descendentes, conhecidos pelo termo nikkeis. Em português, eles são chamados de nipo-brasileiros. A imigração japonesa no Brasil teve início no século 20 com a vinda de lavradores para trabalhar em fazendas do interior de São Paulo. Ainda hoje, a maior parte da comunidade japonesa vive no estado paulista e também no Paraná.
Transporte no Japão
17. Os trens japoneses estão entre os mais pontuais do mundo: a média de atraso é de apenas 18 segundos! Aproximadamente 70% da rede de trem do país pertencem e são operadas pela empresa Japan Railways (JR), enquanto os outros 30% são de dezenas de empresas ferroviárias privadas menores, principalmente nas regiões metropolitanas, como Kanto, Chubu e Kinki.
18. Na verdade, os trens no Japão são tão pontuais que as empresas inclusive se desculpam se, por acaso, algum trem parte da estação segundos antes do horário oficial. É tão incomum que os trens se atrasem que, quando isso acontece, os passageiros já assumem que uma de duas coisas terríveis podem ter acontecido: suicídio nos trilhos ou terremoto (falaremos mais sobre essas duas coisas abaixo).
19. No Japão, há um trem que “flutua” acima dos trilhos por magnetismo e alcança até 600 km/h. O Maglev, de magnetic levitation (levitação magnética) percorre 1,8 quilômetros em 11 segundos e “levita” a 10 centímetros dos trilhos durante o percurso, impulsionado por ímãs carregados eletricamente.
20. Às vezes os vagões do metrô estão tão cheios que os funcionários da empresa de transporte precisam empurrar os passageiros para dentro até que as portas possam ser fechadas automaticamente.
Comportamento japonês
21. Infelizmente, o Japão está entre os 20 países com maiores taxas de suicídio do mundo. Uma das formas mais comuns é se jogar no trilho do trem. Quando isso acontece, os serviços de transporte anunciam o atraso em japonês para os passageiros – apesar de, se o serviço for interrompido do nada, as pessoas já imaginarem o que possa ter acontecido – e, posteriormente, cobram uma “taxa de interrupção” da família do falecido pelo atraso de algumas horas causado nos horários dos trens ou metrôs.
22. No geral, as famílias japonesas têm mais bichos de estimação do que crianças. Em 2017, o Japão registrou a sua pior taxa de natalidade desde 1899, com 944 mil bebês, e o número de mortes já tem superado o de nascimentos. Se o ritmo continuar assim, o Japão não terá mais crianças até 3011, segundo estudo da Universidade de Tohoku.
23. No Japão, 90% dos celulares são a prova d’água para que as pessoas possam usá-los no banho. O vício em aparelhos celulares e em tecnologia no geral é um assunto muito sério no Japão. Os adolescentes japoneses passam aproximadamente sete horas por dia no smartphone (e, segundo pesquisa da empresa Digital Arts, aproximadamente 10% deles gasta até 15 horas/dia).
24. Existe até uma expressão para as pessoas viciadas em celulares que precisam passar o tempo todo conectadas: “fear of missing out”, também conhecida como FoMO, ou “medo de estar perdendo algo”, aquela sensação de isolamento que se tem ao ficar afastado dos aparelhos eletrônicos e da internet que acaba levando ao vício.
25. No Japão é permitido dormir no trabalho, uma vez que trabalhar muito não só é normal como admirável. O sono é um sinal de exaustão por excesso de trabalho, o que no país é considerado dedicação e trabalho duro, duas coisas muito importantes na cultura nacional. Portanto, o cochilo no trabalho (chamado de inemuri) é até bem-visto no mundo empresarial japonês. Vinte e três por cento dos japoneses trabalham 80 horas por semana e 12% deles chegam a fazer mais de 100 horas. Dormir na empresa é mais do que necessário em alguns casos.
26. Há pelo menos 20 formas diferentes de dizer “desculpa” em japonês: informal e formal, de forma mais amigável, pedir perdão, pedir misericórdia, desculpa para e-mails profissionais, etc.
Cultura japonesa
27. A pontualidade não é percebida apenas nos horários dos trens no Japão; na verdade, ela faz parte intrínseca da vida dos japoneses e só é refletida em seus meios de transporte. Esta é uma qualidade que demonstra perfeitamente outras características comuns da cultura nacional, como trabalhar duro, ser disciplinado e respeitar os mais velhos.
28. No Japão, estudantes e professores são encarregados de limpar as salas de aulas e refeitórios da escola, para aprender desde cedo a respeitar os espaços públicos e a importância da organização. Um exemplo dessa disciplina japonesa muito conhecido mundialmente são os torcedores que limpam os estádios no final das partidas, antes de irem embora.
29. Usa-me mais papel para a produção de histórias em quadrinho e mangás do que de papel higiênico. A indústria de mangás é bilionária no Japão. Cada uma das “revistinhas” custa em média US$ 3.50 cada, mas o gênero representa um terço do total de materiais publicados pelas editoras do país. Mais de 500 categorias de mangás são lançadas todos os meses. No Japão, a indústria é mais influente do que televisão e jornais impressos.
30. Existe um Museu do Snoopy em Tóquio, inaugurado em 2016. O local é dedicado ao cartunista Charles M. Shulz e aos seus personagens icônicos. O museu tem cartoons originais únicos e recebe uma exibição diferente a cada seis meses.
31. Há quatro sistemas de escrita diferentes no Japão: Kanji, de ideogramas de origem chinesa; Katakana e Hiragana, silabários japoneses; e romaji, a escrita da língua japonesa em caracteres do alfabeto latino.
32. A taxa de alfabetização no Japão é de praticamente 100%. Apesar de o sistema educacional japonês às vezes ser criticado por focar muito mais na teoria do que na prática e por não incentivar o pensamento original entre os alunos em favor da memorização, é assim que o país consegue atingir uma média praticamente total de alfabetização entre sua população.
Saúde e segurança no Japão
33. O Japão tem a maior expectativa de vida do mundo de 83,7 anos e tem mais de 60.000 pessoas com mais de 100 anos de idade – em 2017, o recorde era de 67.824 centenários. Em 1971, eram apenas 339!
34. O governo costumava presentear os cidadãos que completavam 100 anos no ano civil com um prato banhado em prata; no entanto, com o gasto de US$ 2,1 milhões para 29.000 pessoas em 2014, o governo resolveu adotar uma alternativa mais barata.
35. No Japão, as chances de ser morto por uma arma é a mesma de um americano morrer atingido por um raio. O número de crimes no Japão caiu de 2,85 milhões em 2002 para 915.111 em 2017 no país todo, graças às medidas do governo para aumentar o número de polícias em serviço e ampliar o sistema de câmeras de segurança.
Geografia japonesa
36. O Japão sofre 1.500 terremotos todos os anos. Inclusive, o terremoto ocorrido próximo ao Japão em 2011, um dos mais fortes até hoje, acelerou a rotação da Terra, diminuindo o dia em 1,8 microssegundos. O Japão faz parte do Círculo de Fogo do Pacífico, região com o maior número de terremotos ativos da Terra. No país acontecem 20% de todos os abalos sísmicos de magnitude 6.0 ou mais do mundo e, todos os anos, aproximadamente 1.500 terremotos dos menores aos maiores acontecem em seu território.
37. O Japão é formado por 6.700 ilhas e mais de 70% do seu território são de montanhas, incluindo mais de 200 vulcões, sendo mais de 100 deles ativos. Tanto os terremotos quanto os vulcões são causados pela sua localização na junção de quatro placas tectônicas, a Pacífica, das Filipinas, Euroasiática e Norte-Americana. Os seus vulcões estão localizados cinco arcos vulcânicos – cadeia de montanhas ou ilhas vulcânicas – relacionados às zonas de subducção, que são áreas de convergência de placas tectônicas.
38. O vulcão Sakurajima, em Kagoshima, é ativo e foi responsável pela maior erupção do século 20, em 1914. Devido ao alto fluxo de lava nesta ocasição, a ilha se transformou em península. Desde então o vulcão em erupção outras vezes todos os anos, mas nada tão grave quanto a de 1914.
O vulcão Sakurajima, no sul do Japão.
39. A maioria das ruas do Japão NÃO tem nome. Ao invés disso, eles numeram os quarteirões e deixam os espaços entre eles – as ruas – sem nome.
40. A empresa mais antiga do mundo é japonesa: a Kongo Gumi, que ficou na ativa por 1.400 anos até 2010. A construtora passou pelas mãos de 40 gerações da mesma família e era especializada em templos budistas. Ao declarar falência, ela foi comprada pela Takamatsu Construction Group.