Parece que algumas pessoas ainda não saíram daquele tempo em que as mulheres dependiam do pai ou marido para fazer qualquer coisa. Mesmo que hoje em dia a maioria das mulheres sejam financeiramente independentes dos homens, ainda há aqueles que insistem em não reconhecer isso.
O dono do restaurante peruano La Rosa Nautica é um deles. Quando casais chegavam para jantar, os garçons entregava um cardápio azul aos homens e outro dourado às mulheres. Até aí, estranho, mas nada demais. O problema acontecia quando as mulheres abriam o menu e viam que estavam faltando os preços dos pratos. A ideia por trás disso era a de que essa seria uma oportunidade de as moças aproveitarem uma saída romântica sem precisar se preocupar com os custos.
A atitude desagradou autoridades do país, como Liliana Cerrón, oficial do Instituto Nacional da Defesa da Competição Livre e Proteção da Propriedade Intelectual. Para ela, homens e mulheres devem ter acesso ao mesmo cardápio, pois “essas pequenas coisas podem parecer inofensivas, mas no fim do dia elas são a base de uma construção sexista que reforça as diferenças entre homens e mulheres.”
Além de uma multa equivalente a US$ 62 mil, cerca de R$ 253 mil, o restaurante de classe alta terá que oferecer o mesmo cardápio a todos, treinar a equipe e fixar cartazes esclarecendo que nenhum tipo de discriminação é tolerado.
Vivendo no passado
Outro restaurante que costumava fazer a mesma coisa era o L’Orangerie, em Los Angeles, que dava a mulheres e homens cardápios brancos e verdes, respectivamente. O estabelecimento foi processado e aboliu a prática em 1980, ou seja, mais de 30 anos se passaram e ainda há quem ache a ideia boa.
Infelizmente, o machismo das nossas sociedades pode estar escondido até nas coisas pequenas como esta. Tal atitude reforça conceitos de superioridade e discriminação e não deve mais ser aceita nos dias atuais nos quais tanto se luta por igualdade de gênero.