Miguel Nicolelis, que atua no conselho da Scientific American, realizou um estudo que cria a possibilidade de uma comunicação direta entre cérebros, dispensando o uso da linguagem. O estudo abre uma gama possibilidade de benefícios para os humanos, porém traz à tona uma discussão sobre autonomia e individualidade, já que a linguagem também representa uma forma de nos expressarmos como pessoas.
Nicolelis realizou experimentos em ratos ligando seus cérebros com eletrodos, formando uma rede, e pôde concluir que os animais testados aprenderam a sintonizar a atividade elétrica de suas células na mesma extensão que as de um único cérebro.
A conexão foi testada para diferenciar os padrões de estímulos elétricos, demonstrando desempenho superior aos cérebros operando de forma individual. Segundo o estudioso, a aplicação desta rede de cérebros nos humanos pode representar um rompimento das barreiras linguísticas.
Benefícios
Esse avanço pode trazer um ganho para pessoas que possuem alguma deficiência que as impeçam de utilizar a linguagem para se comunicar, como, por exemplo, deficientes auditivos. Além disso, a descoberta pode significar uma maneira mais rápida e eficaz de trabalhar em equipe através da comunicação direta.
Desafios
Apesar das inúmeras possibilidades da comunicação cérebro-cérebro para os humanos, o caminho para a implantação desta tecnologia ainda é grande. Isso porque os estudiosos alegam que o número de indivíduos cujos cérebros poderiam ser conectados em rede é limitado. Atualmente, os avanços desta tecnologia ainda são simples como instruções do tipo sim ou não.
Além disso, questões éticas envolvem esta descoberta, como a privacidade dos indivíduos. Uma gravação cerebral com informações poderia ser extraída e violar sua privacidade? Esses esforços poderiam, em algum momento, comprometer o senso de personalidade de um indivíduo? Os benefícios desta descoberta são diversos, porém essas são questões que precisam ser levadas em conta na sua aplicação.