Maior detentor de dívida dos EUA, o Japão reduziu sua participação nos títulos em ritmo semelhante ao anteriormente iniciado por Pequim.
Nos últimos anos, a China ocupou a liderança na lista dos países com maior participação na dívida pública dos EUA. No entanto, devido à “guerra comercial”, o país iniciou um processo de desdolarização de sua economia, o que foi acompanhado pela venda de parte de seus títulos americanos.
Logo abaixo da liderança chinesa, o Japão figurava como o segundo maior credor da economia norte-americana, passando a ocupar o primeiro lugar em junho, com uma fatia de US$ 1,12 trilhão (cerca de R$ 4,68 trilhões), enquanto no mesmo período a China caiu para o segundo lugar com US$ 1,1 trilhão (cerca de R$ 4,59 trilhões), conforme publicado pelo Tesouro americano.
Mesmo assim, o Japão reduziu em US$ 28,9 bilhões (cerca de R$ 120 bilhões) sua fatia nos títulos americanos entre agosto e setembro deste ano.
Além disso, a China não mudou o curso e continuou reduzindo o total de seus títulos.
Guerra comercial e risco de desvalorização do dólar
Por sua vez, com o intuito de apoiar suas moedas nacionais, os bancos centrais vendem seus ativos em dólares, ao passo que a “guerra comercial” entre os EUA e a China tem trazido o temor de que a grande redução dos títulos da dívida americana possa causar a desvalorização dos mesmos.
Por sua vez, a Reserva Federal já iniciou a compra de seus títulos, injetando na economia novos dólares impressos, aumentando a oferta da moeda no mercado monetário.
Exemplo russo
Por sua vez, a Rússia já vendeu quase todos seus ativos americanos. Atualmente, o banco central do país possui por volta de US$ 10 bilhões (cerca de R$ 41 bilhões) em títulos de curto e longo prazo.
Ainda no final do passado ano, Moscou já tinha reduzido em US$ 100 bilhões (cerca de R$ 418 bilhões) sua participação nos títulos americanos. Ao mesmo tempo, a Rússia aumentou seus investimentos no ouro e em reservas internacionais, como o euro e o yuan.
No entanto, caso a China siga os mesmos passos que a Rússia, segundo especialistas entrevistados pela Sputnik, existe o risco de uma forte desvalorização do dólar.