Em 1981, Issei Sagawa convidou uma colega de classe da Universidade Paris-Sorbonne, onde estudavam Literatura Comparada, para jantar em sua casa. Poderia ter sido uma noite comum, se o japonês não tivesse decidido colocar seus instintos canibais em prática após a refeição.
Em seu apartamento em Paris, Sagawa atirou na cabeça de Renée Hartvelt, uma holandesa que fazia intercâmbio em sua faculdade, fazendo com que ela morresse imediatamente. Foi aí que ele realizou seu desejo de, segundo ele mesmo, 32 anos. “Por um segundo, cogitei chamar uma ambulância, mas depois pensei: ‘Espere, não seja idiota. Você tem sonhado com isso há 32 anos e agora está finalmente acontecendo! ’”, disse o canibal em entrevista à VICE.
A primeira parte que ele ingeriu foi a nádega de sua ex-colega. “No momento em que vi a carne, arranquei um pedaço com os dedos e coloquei direto na boca. Foi um momento verdadeiramente histórico para mim”, disse. Ele comeu o corpo de sua vítima até quando foi possível, visto que a carne começou a apodrecer em sua casa.
Sagawa decidiu levar os restos que não havia ingerido para o parque Bois de Boulogne, onde havia um lago, no intuito de descartar o cadáver em pedaços. Porém, ele não foi cuidadoso. Muitas pessoas estavam caminhando no local e puderam ver que sangue escorria das duas malas que o homem carregava despretensiosamente. A polícia foi chamada e sua casa foi revistada.
Quando as autoridades chegaram ao seu apartamento, ele apenas disse: “eu a matei para comer sua carne”. Mesmo assim, a simples confissão não conseguiu fazer com que ele ficasse preso por muito tempo em Paris. A sentença de dois anos foi desconsiderada após psicólogos alegarem que ele era “insano”, no período do crime.
O canibal teve que retornar ao seu país natal para aguardar o julgamento adequado. No entanto, a justiça francesa se recusava a entregar documentos importantes para a resolução do caso. A tentativa de julgá-lo por assassinato não funcionou, e Sagawa permanece livre nas ruas de Tóquio até os dias de hoje.
Aos seus 70 anos, ele responde que “definitivamente” ainda tem desejos canibais. Segundo ele, “o desejo de comer pessoas se torna muito intenso por volta do mês de junho, quando as mulheres começam a usar menos roupas e mostrar mais a pele”.
“Quando vejo coisas assim, penso em comer alguém de novo antes de morrer. Então sim, ainda tenho esses desejos, e quero especificamente comer uma mulher japonesa dessa vez”, afirmou.