A principal data do esporte em 2020 vai ser o dia 24 de julho, o início da Olimpíada de Tóquio. Pela segunda vez, o Japão vai sediar a maior competição do planeta. Na primeira Olimpíada de Tóquio, em 1964, o mundo conheceu os trens de alta velocidade e se impressionou com a tecnologia japonesa.
A supermetrópole do engarrafamento de gente e há um bom tempo o lugar certo para se encontrar alta tecnologia e inovação. Sabe quando isso começou? Acertou quem disse 56 anos atrás, quando a cidade sediou os jogos olímpicos pela primeira vez.
“Os Jogos Olímpicos de 1964 foram a primeira grande transformação da cidade depois dos bombardeios da Segunda Guerra Mundial. Foram anos de grandes obras: além das instalações esportivas, saíram do papel redes de trem e metrô, vias expressas e acessos rápidos ao aeroporto”, contou Takauiki Kishii, urbanista da Universidade Nihon de Tóquio.
Esses legados urbanos se incorporaram à paisagem da cidade. É o caso do monotrilho. O serviço existe até hoje; é rápido e eficiente.
A supermetrópole do engarrafamento de gente e há um bom tempo o lugar certo para se encontrar alta tecnologia e inovação. Sabe quando isso começou? Acertou quem disse 56 anos atrás, quando a cidade sediou os Jogos Olímpicos pela primeira vez.
“Os Jogos Olímpicos de 1964 foram a primeira grande transformação da cidade depois dos bombardeios da Segunda Guerra Mundial. Foram anos de grandes obras: além das instalações esportivas, saíram do papel redes de trem e metrô, vias expressas e acessos rápidos ao aeroporto”, contou Takauiki Kishii, urbanista da Universidade Nihon de Tóquio.
Esses legados urbanos se incorporaram à paisagem da cidade. É o caso do monotrilho. O serviço existe até hoje; é rápido e eficiente.
Outro dos símbolos dessa reconstrução do país é o Shinkansen, o trem bala. A primeira geração do trem de alta velocidade começou a circular justamente em 1964, para a olimpíada. Hoje, o Shinkansen cruza o Japão em alta velocidade de norte a sul e se orgulha de ter média de atraso abaixo de um minuto.
“O que os jogos de 2020 podem deixar como herança são as mudanças para adaptar a cidade. Nesse aspecto, eu vejo a realização da Paralimpíada como um agente muito mais transformador, que vai trazer ainda mais acessibilidade e melhor qualidade de vida para uma população não só de portadores de deficiência”, avaliou Takauiki Kishii.
A expectativa de vida no Japão é acima de 80 anos para homens e mulheres. Por uma projeção da ONU, em 30 anos quase metade da população do país vai estar acima dos 60 anos.
Circulando pelas estações, ruas e calçadas, já se percebe a acessibilidade. A frota de ônibus é quase toda equipada para receber cadeirantes, por exemplo.
Além de mais acessível, Tóquio quer se mostrar mais sustentável também. Organizar uma olimpíada é muito caro e muitas cidades passaram a duvidar se o custo-benefício valia realmente a pena.
“Ao lado do governo de Tóquio, nós decidimos que o projeto original deveria ser revisado e, assim, tomamos a decisão de reutilizar muito do que já existia na cidade e no entorno”, explicou Masa Takaya, porta-voz do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos 2020.
Se uma máquina do tempo me transportasse para 1964 e eu caísse exatamente nesse ponto, eu estaria todo molhado, no meio da Baía de Tóquio, porque aqui é um aterro, é um bairro novo. Da primeira vez que a capital japonesa sediou os Jogos Olímpicos, todas as instalações ficavam do lado de lá da baía. Nem a ponte existia, ela foi inaugurada em 1996 e agora conecta essas duas regiões da cidade. Onde nós estamos agora é onde fica a face mais moderna, ou ainda mais moderna de Tóquio.
Entre as oito instalações novas e permanentes que ficarão como legado do evento, sete estão nessa área nova da cidade. A única exceção é o estádio olímpico, reconstruído no mesmo local do de 1964. Em algumas arenas, há iniciativas como reciclagem de material, reutilização de água e uso de energias alternativas.
O tsunami de 2011 provocou um grande desastre ambiental, com vazamento de material radioativo da usina de Fukushima. O trauma fez a sociedade japonesa abandonar a energia nuclear e discutir novas fontes energéticas.
Na olimpíada, uma dessas novidades será testada sob a forma de ônibus autônomos, sem motoristas, que vão circular com os atletas pela Vila Olímpica, movidos a eletricidade ou hidrogênio. Nos acessos às arenas haverá uso de reconhecimento facial para atletas, jornalistas e torcedores.
Tecnologia de ponta será utilizada na captação de imagens e recursos para a arbitragem de diferentes modalidades.
Mascotes robôs, dotados de inteligência artificial, e seguranças virtuais vão interagir com o público usando programas de tradução simultânea em japonês e inglês.
“Em 1964, o povo japonês se uniu para que o país pudesse mostrar a recuperação. Em 2020 não haverá mudanças radicais, mas Tóquio vai parar para pensar em como ela pode ser melhor no futuro”, destacou Takauiki Kishii.
Parece que a Tóquio “do futuro” chegou faz tempo.