O que faz de um gênio, um gênio? Qual é a receita das sinapses perfeitas que transformam um ser humano aparentemente normal em uma personalidade invejável, capaz de grandes feitos e incríveis sacadas? A receita do bolo ninguém tem, mas sabemos que a fórmula passa por uma gigantesca capacidade de foco, trabalho árduo e uma pitada de inspiração que alguns dizem vir de influência divina, espiritual ou até extraterrestre.
Tudo o que o seu mestre mandar
O curioso é que as pessoas tendem a colocar os gênios como modelos para tudo e, a partir dessa premissa, seguem os seus passos, como que se, ao mimetizarem seu comportamento e aderir a seus hábitos de vida, fossem conseguir reproduzir o sucesso do ídolo.
Dentro dessa ideia e repetindo a batida, porém verdadeira, frase “você é o que você come”, conheça as dietas de 4 grandes personalidades do meio científico.
1. Charles Darwin
Autor da obra que revolucionou o meio acadêmico, “A Origem das Espécies”, na qual introduz com brilhantismo a sua teoria da evolução pela seleção natural, podemos dizer que o naturalista britânico tinha um fascínio bem óbvio pelos animais. O que muitos não sabem é que ele era também um curioso gourmet e carnívoro incansável. Em seu tempo de estudante na Universidade de Cambridge, Darwin foi membro e presidente do Glutton Club, um seleto grupo que se reunia semanalmente para caçar e comer carnes exóticas de animais pouco óbvios, como corujas, falcões e roedores.
Em 1831, quando iniciou a sua expedição conhecida como a Viagem do Beagle, Darwin teve toda a fauna a seu dispor. Em seus relatos, descreve ter comido uma espécie de tatu que, para seu paladar, tinha gosto e aspecto de carne de pato e diz também ter provado carne de iguana e tartarugas-gigantes. Anos mais tarde, devido ao quadro de saúde debilitada com sintomas emocionais e físicos, ele recebeu recomendação de seguir uma dieta sem amidos e tomar 10 gotas de ácido muriático com gengibre e pimenta caiena. No fim das contas, Darwin aderiu à low carb sem nem se dar conta disso.
2. Nikola Tesla
Esse renegado inventor sérvio, gênio que criou a corrente alternada para resolver a questão da distribuição de eletricidade, era um tanto quanto perturbado pelo empenho em seus trabalhos e também por questões de higiene. Essa sua obsessão parece ter moldado alguns conceitos de sua dieta alimentar que nos dias de hoje seria muito bem aceita pelos adeptos de uma alimentação de verdade.
Em 1933, deu uma entrevista a um jornal do Kansas afirmando que a acidez do corpo é o inimigo a ser combatido na velhice. Por essa razão, apenas comia alimentos que julgava não contribuírem para diminuiur o pH de seu corpo, como legumes e vegetais frescos, poucas carnes e até mesmo, apesar de sua reputação saudável, pouco peixe, pois acreditava conter muito fósforo.
3. Steve Jobs
A polêmica personalidade de Jobs contrastava com o seu brilhantismo em inventar soluções ousadas e criativas para tecnologia. Ele poderia ser descrito no mínimo por ser um tipo excêntrico, capaz de comover plateias e multidões e, ao mesmo tempo, criar conflitos que fazem desmoronar relações de amizade. Parece que também era um cara de extremos no que diz respeito à sua alimentação.
Segundo o autor de sua biografia, a base de sua alimentação eram amêndoas, tâmaras e muitas cenouras. Em determinado momento de sua vida, passou a jejuar por longos períodos que poderiam durar quase 1 semana.
4. Pitágoras
O filósofo e matemático grego viveu no século XI a.C. e é considerado o pai do vegetarianismo ocidental. Tudo o que se sabe de Pitágoras é impreciso, transmitido oralmente, pois ele nada documentou. Os primeiros trabalhos relatando seus feitos foram escritos quase 1 século após a sua morte.
Sabe-se, no entanto, que Pitágoras e seus alunos, discípulos da escola Pitagórica, acreditavam na transmigração das almas; ou seja, na passagem da alma de um corpo para outro, de animais para humanos e vice-versa. Por essa razão eram vegetarianos, não comiam nem carnes nem peixes, pois acreditavam que de alguma forma estariam cometendo canibalismo. Outra curiosa e infundada proibição: Pitágoras não comia e não deixava que seus discípulos comessem favas ou feijões.
Com essas histórias de mentes iluminadas, mas por vezes perturbadas, podemos concluir que a máxima de ser o reflexo do que se come pode até ser verdadeira, mas não foi criada para ser interpretada ao pé da letra. Talvez o melhor mesmo seja cada um seguir a sua consciência e buscar meios próprios de atingir a sua genialidade.