A ameaça do coronavírus deixou muita gente com medo, especialmente aqueles que vivem próximo ao epicentro do problema — Wuhan, na China. E justamente para evitar a contaminação pelo vírus, milhares de pessoas deixaram a cidade antes dela ser interditada e acabaram abandonando algo muito importante: animais de estimação.
Depois que mais de 5 milhões de pessoas escaparam da cidade antes do início da quarentena, muitos cidadãos que ficaram em Wuhan perceberam que diversas famílias fugiram sem levar seus animais de estimação. Isso deixou entre 20 mil e 30 mil animais trancados, sem água e sem comida, mas, acima de tudo, sem possibilidade de fuga. Por isso, cidadãos se reuniram e decidiram resgatar os animais presos.
Socorrendo os animais
Estes socorristas fazem parte do Centro de Resgate Animal de Wuhan e são liderados por Lao Mao, mas ainda são poucos participantes — cerca de 100 pessoas que se voluntariaram e ficaram encarregadas de entrar nas casas com animais que não comiam ou bebiam há pelo menos duas semanas.
Cerca de 2.500 animais foram resgatados no momento em que este artigo foi escrito, mas muitos outros foram encontrados em estado grave devido à desnutrição. A busca pelos animais não está sendo feita de forma aleatória — os brigadistas estão recebendo ligações dos proprietários pedindo ajuda para alimentar os animais.
Com transmissão ao vivo, eles entram nas casas e mostram aos proprietários que os animais estão recebendo cuidados. Ainda que em algumas casas houvesse comida suficiente para os animais, em outras os próprios voluntários precisaram fornecer o alimento.
Embora muitos animais também tenham sido abandonados devido à desinformação de que poderiam transmitir coronavírus aos seres humanos, muitos outros foram separados de seus bichos de estimação sem a intenção, pois os donos não podem retornar para a cidade.