A morte pode ser tão fácil, rápida e indolor para alguns, como simplesmente apertar um botão. Pelo menos, é isso que o criador da primeira “máquina de suicídio” impressa em 3D do mundo pretende.
Aberto ao público pela primeira vez, o Dr. Philip Nitschke (apelidado de Dr. Death) anunciou planos para estrear sua mais recente máquina de assistência ao suicídio “Sarco” (abreviação de sarcófago) em uma feira conhecida como Funeral Fair, em Amsterdã no final deste mês. Você pode experimentar por si mesmo, em realidade virtual ao entrar em uma representação em tamanho real da cápsula da eutanásia.
Os planos para a impressão em 3D da cápsula estão em andamento, para que se disponibilize gratuitamente na Internet até o próximo ano.
Usuários em potencial para o negócio real terão que preencher um teste on-line para avaliar sua capacidade mental. Se aprovado, receberá um código de acesso válido por 24 horas. Depois que o código é inserido, outra confirmação do usuário deve ser fornecida.
A máquina irá se basear em um gerador que usa nitrogênio líquido que, quando liberado, reduzirá o nível de oxigênio na cápsula para induzir hipóxia. O cérebro depende do oxigênio para funcionar. Quando colocado em ambientes com baixos níveis de oxigênio, o corpo lentamente começa a se desligar, resultando em confusão, aumento da freqüência cardíaca, respiração acelerada, falta de ar, sudorese e chiado no peito, e em dentro de um minuto, o usuário perde a consciência.
Para ativar o processo, uma pessoa simplesmente entra, deita-se e, quando pronta, aperta um botão.
A morte em Sarco é indolor. Não há sufocamento ou falta de ar, já que o usuário respira facilmente em um ambiente de baixo oxigênio.
O Sarco foi manchete no ano passado depois que o estado de Victoria, na Austrália, votou pela legalização da eutanásia. Os meios de comunicação consideraram Nitschke o “Elon Musk do suicídio assistido” e sua máquina da morte como “Tesla”.
Os argumentos contra a eutanásia abordam preocupações práticas, éticas e religiosas, dizendo que legalizar o “direito de morrer” de uma pessoa pode normalizar o suicídio, ser difícil de regular e aceitar algumas vidas valem menos que outras. Mas Nitschke, que realizou a primeira morte assistida por lei em 1996, argumenta que o direito de acabar com a vida é um direito civil.
“O Sarco é destinado a fazer com que as pessoas falem positivamente sobre a morte, e com considerações mais amplas do que apenas o medo”, diz o comunicado da imprensa. “Afinal, todos vamos morrer. Um número cada vez maior de nós quer dizer alguma coisa sobre como vão morrer”.