Considerado o terceiro maior mercado de cinema do mundo, o Japão se encontra com todas as suas salas fechadas devido à pandemia do novo coronavírus. Embora no Japão, os casos do vírus estejam muito menores do que em outras partes do mundo, as pessoas estão evitando aglomerações, e já deixaram de ir aos cinemas mesmo o pais não tendo nenhuma lei que proíba a circulação das mesmas, e nem nenhum mecanismo que permita fechar estabelecimentos como tem acontecido no Brasil.
Com isso, a venda de ingressos despencou. Durante o final de semana de 4 a 5 de abril, a venda de ingresso para os 10 principais filmes lançados no Japão totalizou apenas 42 mil dólares, valor muito abaixo dos 18,2 milhões de dólares conquistados no mesmo período do ano passado. O primeiro ministro Japonês Shinzo Abe reforçou através de um comunicado emergencial nesta quinta-feira, 16 de abril que a população continue sem ir aos cinemas.
Enquanto as grandes redes de cinema do país podem aguentar a crise sem grandes dificuldades já que fazem parte de grandes conglomerado, e que facilmente conseguiriam financiamento governamental para não fecharem as portas, o problema mesmo acontece para as salas de cinema independentes,conhecidas como mini-shiatã (ou mini-cinemas). Essas salas são como salas premium que concentram filmes europeus, e outros fora do mainstream. Em entrevista ao site Cinema Today, Takashi Asai, dirigente de uma dessas salas disse que os ganhos estavam em zero, o que fez com que os cineastas mais influentes do Japão organizassem uma petição online para salvar os pequenos cinemas, e assim pressionar o governo a fornecer apoio financeiro de emergência.
Muitos diretores, atores, artistas e profissionais de cinema assinaram a declaração.”Os cinemas independentes, que são o centro da diversidade cinematográfica, estão especialmente em risco, com alguns enfrentando extinção”, diz a petição do grupo.
“Os minicinemas se enraizaram em todo o país e têm sido o centro da cultura cinematográfica do Japão. Eles não são apenas para diversão… Suas instalações são tão importantes para uma sociedade democrática quanto museus de arte, teatros e salas de concerto”. Dois dos mais influentes jovens diretores de arte do Japão, Koji Fukada e Ryusuke Hamaguchi lançaram um esforço paralelo de financiamento coletivo, chamado de Fundo de Auxílio para Minicinema. Na manhã desta sexta-feira, 17 de abril, o esforço havia captado cerca de US $ 1,2 milhão (128,1 milhões de ienes) de 11.860 doadores. A campanha continuará até 14 de maio.