Tetsuo Okamoto, primeiro medalhista olímpico da natação brasileira, foi indicado, nesta terça-feira (28), para o Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil. O anúncio foi feito pelo COB que, além do nadador, elegeu mais nove atletas históricos do país para o seleto grupo de heróis olímpicos. Veja a lista completa aqui.
Medalhista olímpico em Helsinque 1952, Okamoto começou a nadar aos sete anos, em Marília, no interior de São Paulo. Asmático, recebeu recomendação de seu médico para iniciar na natação. Aos 15, foi convidado a integrar a equipe do Yara Clube de Marília.
Depois de um intercâmbio com nadadores japoneses, Tetsuo mudou seu treinamento e tornou-se campeão paulista e brasileiro, estabelecendo novo recorde brasileiro nos 400 m livre. Os resultados garantiram uma vaga na primeira edição dos Jogos Pan-Americanos de 1951, em Buenos Aires.
No Pan, Tetsuo Okamoto conquistou duas medalhas de ouro (400 e 1.500 m livre), além de uma medalha de prata (revezamento 4×200 m livre). Ele também estabeleceu o novo recorde sul-americano dos 1.500m livre.
Depois de conquistar três medalhas de ouro (400, 800 e 1.500 metros livres_ no Campeonato Sul-Americano, disputado em Lima, no Peru, em março de 1952, o nadador então com 20 anos se classificou para os Jogos Olímpicos, mesmo sem ser a grande estrela da equipe brasileira. O nome do momento era do carioca Sylvio Kelly, que havia quebrado os seus recordes sul-americanos dos 800m e 1.500m livre.
Em Helsinque, Tetsuo Okamoto venceu sua série eliminatória dos 1.500m livres e garantiu uma vaga na final, onde com o tempo de 18m51s3 garantiu a inédita medalha para a natação do Brasil. O norte-americano Ford Konno e o japonês Shiro Hashizume ganharam ouro e prata, respectivamente.
Criado em 2018, o Hall da Fama do COB homenageou em sua primeira edição, no Prêmio Brasil Olímpico, o maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima, único brasileiro a receber a medalha Pierre de Coubertin; o velejador Torben Grael, maior medalhista olímpico brasileiro; e a dupla de vôlei de praia Sandra Pires e Jackie Silva, primeiras campeãs olímpicas brasileiras.
Este ano, devido à pandemia do novo coronavírus, o COB realizou o processo de eleição dos novos integrantes do Hall da Fama totalmente online. Os integrantes da Comissão Avaliadora receberam virtualmente os formulários de votação, e a reunião ocorreu por meio de videoconferência. A comissão foi formada por sete membros da diretoria do COB; dois integrantes da Comissão de Atletas do COB; quatro do Conselho de Administração do COB; e apenas um dos representantes nacionais do Comitê Olímpico Internacional (COI), Andrew Parsons. Já Bernard Rajzman, que também estaria apto a participar, acabou sendo excluído do processo de eleição para evitar conflito de interesses.
Os novos integrantes do Hall da Fama participarão de cerimônias organizadas pelo COB na qual deixarão as marcas de suas mãos ou de seus pés em moldes que, posteriormente, serão expostos em um espaço exclusivo no Centro de Treinamento Time Brasil, localizado no Parque Aquático Maria Lenk, Rio de Janeiro. No caso de Adhemar Ferreira da Silva e Tetsuo Okamoto, já falecidos, haverá homenagens póstumas.