Relacionamentos entre pais e filhos nem sempre são simples e pacíficos. Existem muita responsabilidade envolvida, e os filhos muitas vezes não compreendem as atitudes que os pais tomam para prepará-los para enfrentar a vida por conta própria.
Muitos pais têm medo do impacto que suas atitudes podem ter nos filhos, e por isso em inúmeras ocasiões acabam por permitir que as crianças façam as próprias vontades, sem regras e limites, sem terem noção do quanto a permissividade excessiva é prejudicial para as vidas dos filhos.
Nada em excesso faz bem, nem mesmo as coisas boas. O universo existe em equilíbrio, assim como nós. Precisamos entender esse equilíbrio e aplicá-lo em nossas vidas, e também ensinar nossos filhos a compreenderem a função dos limites para uma vida saudável.
Nem sempre conseguimos fazer isso por conta própria, e por isso que os conselhos de pessoas que realmente entendem do assunto podem nos ajudar nessa jornada de uma criação mais positiva para os nossos filhos.
Deixamos abaixo um texto do Içami Tiba, retirado do livro Disciplina – Limite na medida certa, que fala porque é importante estabelecer limites para os filhos. Leia com atenção.
As crianças aprendem a comportar-se em sociedade ao conviver com outras pessoas, principalmente com os próprios pais. A maioria dos comportamentos infantis é aprendida por meio da imitação, da experimentação e da invenção. Se os pais permitem que os filhos, por menores que sejam, façam tudo o que desejam, não estão lhes ensinando noções de limites individuais e relacionais nem lhes passando noções do que podem ou não podem fazer.
Os pais usam diversos argumentos para isso: “Eles não sabem o que estão fazendo”. “São muito pequenos para aprender.” “Sabemos que não devemos deixar, mas é tão engraçadinho.” É preciso lembrar que uma criança, quando faz algo pela primeira vez, sempre olha em volta para ver se agradou alguém. Se agradou, repete o comportamento, pois entende que agrado é aprovação – e ela ainda não tem condições de avaliar a adequação do seu gesto.
Portanto, cada vez que os pais aceitam uma contrariedade, um desrespeito, a quebra de limites, estão fazendo com que seus filhos rompam o limite natural para seu comportamento em família e em sociedade. Apesar de serem mais fortes, os pais que não reagem à quebra de limites dos filhos acabam permitindo que estes, muito mais fracos, os maltratem, invertendo a ordem natural de que o mais fraco deve respeitar o mais forte.
A força dos pais está em transmitir aos filhos a diferença entre o que é aceitável ou não, adequado ou não, entre o que é essencial e supérfluo, e assim por diante.
Pedir um brinquedo é aceitável, mas quebrar o brinquedo meia hora depois de ganhá-lo e pedir outro, é inaceitável. É importante estabelecer limites bem cedo e de maneira bastante clara, pois, mais tarde, será preciso dizer ao adolescente de quinze anos que sair para dar uma volta com o carro do pai não é permitido, e ponto final.
O estudo é essencial; portanto, os filhos têm obrigação de estudar. Caso não o façam, terão sempre que arcar com as consequências de seus atos, e estas deverão ser previamente estabelecidas pelos pais. Só poderão brincar depois de estudar, por exemplo. Naquilo que é essencial, os pais deverão dedicar mais tempo para acompanhar de perto se o combinado está sendo respeitado. Os filhos precisam entender que têm a responsabilidade de estudar e que seus pais os estão ajudando a cumprir um dever que faz parte da “brincadeira” da vida.
Uma mensagem importante e reflexiva.