Você já ouviu falar a respeito das ladeiras gravitacionais? Aqui no Brasil mesmo, existem exemplos desses fascinantes locais onde, em vez de as coisas descerem rua abaixo, elas sobem — aparentemente — desafiando a gravidade. Veja a seguir um vídeo mostrando o que acontece na Rua do Amendoim, em Belo Horizonte:
Conforme você acabou de ver no vídeo acima, em vez de o carro — deixado em ponto morto — descer livremente pela rua, ele sobe. Sozinho. Como se estivesse sendo puxado por uma força invisível. Aliás, o mesmo aconteceria se posicionássemos uma bola no fim da rua: ela começaria a rolar ladeira acima, como se fosse mágica.
Bruxaria?
Mas o que, afinal, acontece nessas estranhas ruas? Há quem diga que elas foram construídas sobre grandes concentrações de energia, enquanto também tem os que acreditam que essas ladeiras são amaldiçoadas e que o que testemunhamos nesses locais são as ações de entidades malignas. Sem falar na turminha que garante que a culpa é dos alienígenas!
Entretanto, como você já deve ter imaginado, existe uma explicação para o fenômeno — e ela não tem nada se sobrenatural. Na verdade, de acordo com Bec Crew, do portal Science Alert, não há nenhuma força estranha agindo nas ladeiras gravitacionais, e os carros, bolas ou o que quer que seja que a gente coloque nesses lugares não “sobem” rua nenhuma sozinhos. Eles descem!
Contudo, por conta do entorno onde essas vias estão localizadas, nós temos a impressão de que as coisas acontecem ao contrário por ali. Em poucas palavras, se trata de uma ilusão de ótica incrivelmente convincente, e ela está associada com a perspectiva e as nossas referências visuais.
Não acredite nos seus olhos
O que acontece é que o terreno onde as ladeiras estão situadas se encontram inclinados de forma que temos a impressão de que nos encontramos em um aclive quando, na verdade, se trata de um declive. Para tornar a coisa toda ainda mais convincente, as planícies nas imediações da rua gravitacional reforçam a ilusão de que a inclinação do terreno é diferente da real.
Sem falar que, na maioria das vezes, o horizonte não está visível, portanto perdemos esse importante ponto de referência para checar a verdadeira inclinação da rua. E, quando o horizonte se encontra à vista, coisas como, por exemplo, árvores e postes — que também servem de referência visual e deveriam estar perpendiculares com relação ao solo —, podem estar inclinados, reforçando a ilusão de ótica.