Você é da turminha que distribui beijos e abraços toda vez que encontra com os seus amigos ou é do tipo que foge sempre que aquele sujeito que adora agarrar as pessoas se aproxima da rodinha?
O abraço, como você já deve ter notado, está entre as manifestações de afeto, amizade e proximidade física mais universais que existem – e inclusive há bichinhos na natureza que não resistem distribuir esse carinho! Mas, sabia que, além do indiscutível papel social que o abraço desempenha, essa demonstração também tem grande importância fisiológica e pode influenciar no nosso bem-estar?
Mais importante do que parece
Estudos revelaram que abraçar é mais importante do que muita gente imagina, uma vez que o ato tem grande influência no nosso corpo, já que, na infância, afeta o desenvolvimento do nervo vago – uma estrutura que parte do crânio, se ramifica até a coluna e é responsável pelas inervações parassimpáticas de quase todos os órgãos que se encontram do pescoço para baixo. Pois ele também é indispensável para o bom funcionamento das emoções na idade adulta, podendo afetar a capacidade de as pessoas sentirem empatia umas pelas outras, por exemplo.
Além disso, os abraços interferem na produção de oxitocina, o famoso “hormônio do amor”, relacionado com a formação de vínculos afetivos entre as mães e os seus bebês. Essa substância também é essencial para a formação de laços com outras pessoas, e sua liberação proporciona sensação de bem-estar.
Como se fosse pouco, pesquisas apontaram que os abraços, assim como outras demonstrações de afeto, podem influenciar o sistema imunológico, já que o contato físico pode ter efeito positivo na liberação do estresse. E mais: até os índices de autoestima das pessoas que gostam de distribuir abraços são mais elevados.
Afetividade
Então, como é que algumas pessoas curtem tanto os abraços, enquanto outras não são lá muito fãs? Levantamentos apontaram que essa aversão pode estar associada com a falta de demonstrações físicas de afeto durante a primeira infância. Isso porque, pesquisadores descobriram que crianças que crescem em orfanatos ou em famílias nas quais a afetividade não é um traço comum, tendem a não gostar muito dos abraços na idade adulta.
O curioso é que esses levantamentos apontaram que, se por um por um lado, as pessoas abraçam e desfrutam dos seus benefícios – o que as leva a repetir o ato uma e outra vez para continuar colhendo os frutos positivos –, por outro, os que não estão acostumados ao contato físico acabam por rejeitar as demonstrações de proximidade e se tornam incapazes de se beneficiar dos seus efeitos positivos. Ou, ainda, se tornam caçadores de abraços e de atenção.
Vale destacar que, em culturas nas quais a proximidade física não é algo muito comum, os abraços podem ter uma conotação negativa – e inclusive gerar desconforto e consequências fisiológicas distintas às que descrevemos acima.
No entanto, como aqui no Brasil a galera é pra lá de calorosa e adora distribuir amor e carinho para todo mundo, se você é da turma que não curte muito trocar abraços, talvez seja uma boa ideia você repensar o seu comportamento e se esforçar um pouquinho para promover mais trocas afetivas e se beneficiar do que elas podem oferecer.