“Nem todos os invernos serão tão gelados, se nós aprendermos a escolher as roupas certas.” Essa metáfora meio boba condiz com a importância de aprender a dizer “não”.
Certo alguém, uma vez me disse, que egoísmo é quando colocamos nossos sentimentos acima do sofrimento alheio e “amor-próprio” é quando colocamos nosso respeito acima do que os outros querem que soframos. Eu demorei para entender isso e hoje escrevo sobre.
Demora um tempo para não nos sobrecarregarmos e entender que também ser sincero não é sinônimo de ser grosseiro. É mais ou menos por aí, que sempre generalizamos as coisas e sentimentos e acabamos sendo grosseiros com nós mesmos, limitando-nos e nos comparando.
Vejo pessoas com medo de perder, que acabam por tratar os outros mal, como se nós não fôssemos parte de um todo. Tão banal se tornam nossas palavras, quando apenas percebemos que somos sujeitos a repetir os mesmos erros porque o mundo em volta não muda.
Mas nós podemos mudar, porque se olhar bem para dentro da essência humana, nem todos vão evoluir no mesmo tempo. E é neste momento que precisamos entender como dizer “não” para tudo o que está nos sugando, o que nos desmotiva e aquilo que fere os outros apenas para se sentir superior.
São tantas oportunidades, tantas pessoas, uma linha curta e um dever de curtir a vida ao máximo e fazer a nossa missão, que acabamos com o “dever” de não saber dizer não, mesmo que isso signifique nos “autodestruir” aos poucos. Sem perceber, colocamos um peso a mais nas nossas costas, sem tempo de recarregar as próprias energias.
Há uma diferença entre arcar com as próprias responsabilidades e outra de perceber que se é usado ou se está em uma relação abusiva. Há claras diferenças em proteger nossa integridade e ser preguiçoso com os outros.
Eu leio mensagens diariamente de pessoas que entram num sofrimento profundo, apenas por que deixaram sua autoconfiança, para cair nas graças das chantagens emocionais dos outros. Isso não é ser bom, isso não é evolução espiritual.
Se você não protege o seu corpo e sua alma, não há como ter esperança sobre si mesmo. A gente demora para encontrar um equilíbrio entre os dois extremos: porque pensamos que os outros sempre farão tudo o que faremos, mas não é bem assim, e quando você perceber esse limite, deve entender que se proteger não é ser cruel com os sentimentos dos outros, se esses usam seu tempo apenas em favor deles.
Escrevo isso para todas as pessoas que ainda relutam em dizer “não”, apenas porque pensam que, por isso, serão crueis com os outros, mas se seu corpo e sua cabeça estão no limite, se seu tempo não é dourado para você, você precisa entender que ser bom também é ser consigo mesmo.