Como a maioria das áreas rurais do Japão, a aldeia de Nagoro, situada na ilha de Shikoku, tem se destacado pela absoluta ausência de crianças ou jovens entre as 35 famílias que lá habitam. No entanto, as ruas da cidade não estão vazias; na verdade, estão repletas de… bonecos!
Há um certo tempo em que bonecos do tamanho de seres humanos vêm substituindo a ausência de moradores no pequeno vilarejo. Hoje pode-se afirmar que os bonecos já se sobrepõem às pessoas na proporção de dez para um.
Como a maioria das áreas rurais do Japão, a aldeia de Nagoro, situada na ilha de Shikoku, tem se destacado pela absoluta ausência de crianças ou jovens entre as 35 famílias que lá habitam. No entanto, as ruas da cidade não estão vazias; na verdade, estão repletas de… bonecos!
Há um certo tempo em que bonecos do tamanho de seres humanos vêm substituindo a ausência de moradores no pequeno vilarejo. Hoje pode-se afirmar que os bonecos já se sobrepõem às pessoas na proporção de dez para um.
Fonte: Kazuhiro Nogi/AFP – Reprodução
Confeccionados por uma artesã local, os bonecos já são tantos que a vila passou a ser conhecida como Kakashi No Sato, ou Vila dos Espantalhos, e é um símbolo das alterações demográficas japonesas, onde jovens do interior do país migram para grandes centros urbanos em busca de melhores oportunidades de trabalho e estudo.
Essas migrações em massa têm um profundo impacto na economia e na vida das pequenas comunidades como a de Nagoro que, em virtude do declínio das taxas de natalidade, hoje não possui sequer um supermercado para atender aos seus habitantes.
Tsukimi Ayano, a criadora dos bonecos
Fonte: Kazuhiro Nogi/AFP – Reprodução
Natural de Nagoro, Tsukimi Ayano passou a maior parte da sua vida em Osaka, a terceira maior cidade do Japão. Quando decidiu voltar para casa, em 2001, recebeu a notícia que, dos mais de 300 habitantes do lugar em que cresceu apenas 30 permaneciam na cidade.
Fonte: Kazuhiro Nogi/AFP – Reprodução
Triste pela partida de tanta gente, foi para a sua antiga casa onde um incidente serviu de inspiração para que ela iniciasse sua criação de bonecos. Ela fez um espantalho para a sua horta e o vestiu com as roupas de seu falecido pai. Ao ver a obras, as pessoas diziam ter pensado que era o seu pai que estava ali, cultivando as plantas cedinho.
Fonte: Kazuhiro Nogi/AFP – Reprodução
Não demorou para que iniciassem uma “conversa” com o boneco. “Bom dia, você está trabalhando muito cedo”, diziam. Os moradores gostaram tanto do capricho com que fez os espantalhos que ela continuou produzindo. De palha, tecido, jornais ou roupas velhas, ela está sempre trabalhando, não só para aprimorar sua técnica, mas para substituir os que se deterioram.
Fonte: Kazuhiro Nogi/AFP – Reprodução
Depois de ter confeccionado mais de 400, ela diz que a parte mais difícil de fazer em um boneco é a boca, que, segundo Ayano, é a chave para fazer com que as expressões pareçam realistas