O estudo da revista The Lancet, que será publicado nesta quarta-feira (15), prevê uma redução da população mundial até 2100 e descreve uma situação muito contrastante entre alguns países: a população chinesa será reduzida pela metade, enquanto a da Nigéria se multiplicará por quatro.
Índia
Apesar de uma queda da população, a Índia, segundo país mais populoso do mundo atrás da China, encabeçará a lista em 2100, superando nigerianos e chineses, de acordo com pesquisadores do Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME).
A ONU também acredita que a Índia será o país mais populoso do mundo em 2100, mas o número de habitantes difere nas duas previsões: 1,4 bilhão para a ONU em 2100, 1,1 bilhão para o IHME, com uma das maiores populações em idade de trabalho do mundo.
China
A China poderia ver uma redução de 48% em sua população, passando de 1,4 bilhão em 2017 para 730 milhões em 2100, segundo o novo estudo.
Esta queda vertiginosa é mais impressionante do que a prevista pela ONU (um pouco mais de 1 bilhão em 2100) e seria acompanhada por uma forte diminuição da população em idade de trabalho, o que afetará o crescimento econômico do país.
Nigéria
De acordo com o estudo publicado na The Lancet, a população da Nigéria se multiplicará por quatro, passando de 206 milhões em 2017 para 790 milhões em 2100, se tornando o segundo país mais populoso do mundo.
A alta durante todo o século se explicaria pela taxa de natalidade elevada atualmente (5,11), embora o número de filhos por mulher diminuirá (1,69 em 2100).
A África Subsaariana como um todo terá uma trajetória similar e verá sua população triplicar (de 1 bilhão para 3 bilhões). Uma evolução que tornará a região em uma das primeiras fontes de imigração.
Estados Unidos
Os Estados Unidos, terceiro país mais populoso da atualidade, se manterá entre os cinco primeiros (4º lugar) com poucos milhões de habitantes a mais (325 milhões em 2017, 336 milhões em 2100) e um aumento até meados do século, seguido de uma queda moderada.
A manutenção a longo prazo do número de habitantes, principalmente com idade para trabalhar, será possível graças aos imigrantes, explica o estudo. A imigração também permitirá ao Canadá e à Austrália manterem suas populações estáveis.
Japão
O Japão é um dos 23 países que poderia perder mais da metade de sua população.
Os pesquisadores do IHME estimam que o país passará de 128 milhões de habitantes em 2017 para 60 milhões em 2100.
Como outros países (Hungria, Eslováquia, Estados bálticos), o Japão não optou por compensar a diminuição da natalidade com uma política migratória ao preferir “manter uma sociedade linguística e cultural homogênea”. Mas, caso as políticas de natalidade não aumentarem consideravelmente o número de nascimentos, “estas opções provavelmente terão que ser consideradas”, diz o estudo.
França
A França é uma exceção entre outros países ricos, com a manutenção de uma taxa de natalidade relativamente alta (1,78 em 2100) que permitirá limitar a queda no número de habitantes para 67 milhões no final do século (contra 70 milhões em 2050 e 65 milhões em 2017).
Não é o caso dos vizinhos europeus. A Espanha poderia perder mais da metade de sua população (46 milhões em 2017, 23 milhões em 2100), assim como a Itália (61 milhões para 31 milhões).