A cena de pedidos de desculpas e lamentações após a conquista da prata ou do bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, tem se repetido entre atletas japoneses e vai na contramão de outras delegações, como no caso a brasileira, que tem comemorado muito o pódio olímpico, independente da colocação.
O caso do lutador greco-romano Kenichiro Fumita, de 25 anos, que chorou ao ficar com a prata e deu declarações fortes após a luta: “Acabei com esse resultado vergonhoso. Lamento profundamente” , disse o lutador.
A situação se repetiu com Shoichiro Mukai, de 25 anos, que foi derrotado na final do judô e desabafou: “Eu queria resistir um pouco mais. E eu sinto muito por todos na equipe” , afirmou o judoca.
Com lágrimas nos olhos, o alpinista Kai Harada declarou: “Estou farto de mim mesmo. Queria retribuir minha gratidão com meu desempenho. Mas eu não consegui – disse o alpinista, após não conseguir chegar às finais.
O veículo de imprensa norte-americano ouviu especialistas para tentar entender o pedido de desculpas dos japoneses mesmo com resultados tão satisfatórios. Os pedidos de desculpas passa por uma questão cultural em que os atletas passam a pensar como se estivessem praticando esportes não para si mesmos, mas para honrar o país.
Segundo o advogado esportivo que representa o sindicatos de jogadores no Japão relatou. “Se o atleta não se desculpar por apenas receber prata, poderá ser criticado.” Destaca que alguns atletas foram até mesmo submetidos a críticas públicas por não mostrarem humildade suficiente. O pedido de desculpas faz parte da rotina dos japoneses.