Um comitê de especialistas do Ministério da Saúde do Japão aprovou na sexta-feira (21) o uso da pílula abortiva Mefeego, da farmacêutica britânica Linepharma. O Ministério da Saúde deve oficializar a aprovação em breve.
O medicamento é composto por duas pílulas que, tomadas em sequência, interrompem a gravidez sem a necessidade de cirurgia ou outros procedimentos invasivos.
A pílula deverá ser administrada apenas por médicos credenciados e em instalações hospitalares com leitos disponíveis para internação, caso haja alguma complicação. Os médicos também serão obrigados a relatar mensalmente o número de pílulas vendidas e usadas.
Os resultados dos testes clínicos realizados no Japão mostram que 93% das mulheres que usaram a pílula conseguiram interromper a gravidez em 24 horas e a maioria relatou sintomas leves a moderados, como dor abdominal.
No Japão, o aborto é regulamentado pela Lei de Proteção Materna e pode ser feito até a 22ª semana de gravidez, mas atualmente existem apenas procedimentos cirúrgicos. A pílula é vista como uma nova opção que pode aliviar o estresse físico e mental das mulheres.
A Linepharma solicitou a aprovação da pílula no Japão em dezembro de 2021, tanto para fabricação quanto para comercialização no país.
O medicamento pode ser usado para interromper gestações de até 63 dias, ou 9 semanas, e é feito de uma combinação de mifepristona, que bloqueia um hormônio da gravidez, e misoprostol, que estimula as contrações uterinas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a pílula da Linepharma começou a ser usada na França em 1988 e já foi aprovada em mais de 70 países.
Fonte: Alternativa