As vendas de mangás japoneses seguem crescendo e atingindo novos recordes, tanto no Japão como no exterior, consolidando a longevidade e a adaptabilidade de uma forma literária que, no passado, já foi julgada como imprópria para crianças.
E o potencial de um crescimento ainda maior é tão significante que a federação das indústrias do Japão, a Keidanren, pediu ao governo que promova mangás, animes e jogos como líderes do crescimento econômico mais amplo do país.
Segundo estatísticas divulgadas em março pela Associação de Editoras de Livros e Revistas do Japão, as vendas totais de revistas e livros de quadrinhos, tanto digitais como impressos, aumentaram 0,2% em 2022, somando um valor de cerca de 677 bilhões de ienes (cerca de R$ 25,5 bilhões).
As vendas de mangá superaram a marca de 600 bilhões de ienes pela primeira vez em 2020, graças em parte à popularidade da série de mangá Kimetsu no Yaiba, também conhecida pelo título em inglês Demon Slayer. Mas naquele ano, a indústria acredita que o setor também foi impulsionado devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19, que deixou mais pessoas em casa e, consequentemente, dedicando-se mais à leitura.
As vendas dos mais tradicionais mangás impressos permaneceram relativamente estáveis nos últimos anos, respondendo por cerca de 250 bilhões de ienes no total em 2022 – embora represente uma queda em comparação com 1995, quando as vendas somaram 335,7 bilhões de ienes. Enquanto isso, as vendas de versões digitais de mangás para dispositivos móveis aumentaram drasticamente, com uma alta de 8,9% no ano passado.
A federação Keidanren vê os mangás também como um potencial gerador de dinheiro. Em 7 de abril, o órgão divulgou uma proposta ao governo japonês para que este se concentre na indústria de conteúdo – que também inclui anime, filmes, jogos de computador e música – como principal item de exportações.
Fonte: G1