O número de falências de empresas no Japão chegou a 10.144 casos no ano fiscal de 2024, um aumento de 12% em relação ao ano anterior. É a primeira vez em 11 anos que o país ultrapassa a marca de 10 mil quebras, segundo levantamento da Tokyo Shoko Research divulgado nesta terça-feira.
O aumento, que já dura três anos consecutivos, foi impulsionado principalmente pela falta de mão de obra e pela alta dos custos operacionais, afetando especialmente pequenas e médias empresas.
As falências causadas por escassez de trabalhadores e aumento dos salários cresceram 1,6 vez, somando 309 casos — maior número desde 2013. Já as quebras relacionadas à alta nos preços de materiais e insumos subiram 2%, totalizando 700 registros.
Empresas que haviam recebido empréstimos sem juros durante a pandemia da COVID-19 registraram 529 falências, uma queda de 15% em comparação com o ano anterior.
Entre os setores mais afetados estão a construção civil, que teve aumento de 9,3% nas falências (1.943 casos), e a indústria de transformação, com alta de 17,1% (1.179 casos). O enfraquecimento do iene foi citado como um dos fatores que elevaram os custos para esses segmentos.
Por outro lado, o setor de transportes teve queda de 3,8% nas falências, com 424 casos — a primeira redução em quatro anos, atribuída à repasse dos custos aos clientes.
Apesar do aumento no número de empresas falidas, o valor total das dívidas caiu 3,6%, fechando o ano em ¥2,37 trilhões. Mesmo assim, este é o terceiro ano seguido com o total de passivos acima dos ¥2 trilhões.
Somente em março, foram registradas 853 falências, queda de 5,8% em relação ao mesmo mês de 2024. As dívidas somaram ¥98,5 bilhões, um recuo de 30,6%.
A Tokyo Shoko Research alerta que o número de falências pode continuar subindo de forma moderada, especialmente diante das incertezas causadas pela política de tarifas elevadas do presidente dos EUA, Donald Trump.
Fonte: Japan Times