Mais de 30% dos estrangeiros que vivem na província de Saitama, região vizinha a Tóquio, não sabem onde procurar abrigo em situações de emergência, como terremotos ou enchentes. A informação foi confirmada por uma pesquisa feita pelo governo local entre outubro e dezembro de 2024.
O levantamento ouviu 424 moradores estrangeiros, de diferentes nacionalidades, como chineses, vietnamitas, filipinos e brasileiros. A maioria dos entrevistados tem entre 20 e 30 anos e atua como estudante, trabalhador de empresa ou estagiário técnico.
Além da dúvida sobre a localização dos abrigos, um em cada quatro participantes da pesquisa admitiu que não sabe o que fazer quando ocorre um desastre. Muitos também relataram dificuldade em entender as mensagens de emergência enviadas pelas autoridades, principalmente por estarem em japonês. Outros demonstraram preocupação com a possibilidade de não conseguirem informações a tempo ou não conseguirem se comunicar nos próprios abrigos.
Apesar de a internet ser o meio mais usado para buscar esse tipo de informação, mais da metade dos entrevistados disse não saber que os sites dos governos locais já oferecem dados sobre prevenção e alertas. Atualmente, o portal de desastres da província de Saitama fornece atualizações sobre riscos e avisos, e pode ser acessado em outros idiomas, usando a tradução automática dos navegadores.
Para tentar melhorar essa comunicação, o governo de Saitama pretende reformular sua conta oficial no aplicativo Line, que hoje só envia informações em japonês. O plano é permitir o envio de alertas e orientações em até 15 idiomas, com previsão de lançamento para a segunda metade do ano fiscal de 2025. Para isso, foi reservado um orçamento de 26 milhões de ienes, o equivalente a cerca de 181 mil dólares.
A população estrangeira na província continua crescendo. No fim de 2024, Saitama tinha mais de 262 mil residentes internacionais, número 13 mil maior do que no meio do ano. O aumento reforça a necessidade de oferecer informações claras e acessíveis, especialmente em momentos de emergência.
Fonte: Mainichi