O Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção criminosa do Brasil, vem ampliando sua atuação além das fronteiras nacionais e já está presente em 28 países. O dado mais recente aponta Portugal, Alemanha, Irlanda, Turquia e Japão como os novos destinos mapeados com atuação ativa da facção.
O levantamento mais recente revela que somente em Portugal há 87 integrantes do PCC, dos quais 29 estão presos.
A atuação do PCC vai muito além do tráfico de drogas no Brasil. A facção está envolvida em lavagem de dinheiro, contrabando de armas, tráfico de pessoas, evasão de divisas e assassinatos por encomenda, operando com estrutura corporativa e hierarquia bem definida.
Segundo o Gaeco, o PCC se consolidou como uma espécie de franquia do crime, com células operando em diferentes países sob as ordens de líderes que ainda estão no Brasil — muitos deles, inclusive, presos. O uso de “mulas” brasileiras, que transportam drogas para o exterior em voos comerciais, continua sendo uma das principais estratégias, mas com nível de sofisticação crescente.
No caso específico do Japão, autoridades já suspeitam que a elevação no número de prisões por tráfico internacional em aeroportos — especialmente envolvendo brasileiros — possa estar diretamente ligada à expansão do PCC no país asiático. A facção estaria cooptando membros da comunidade brasileira no Japão para atuar no envio e distribuição de entorpecentes, aproveitando o contexto de vulnerabilidade social de alguns desses migrantes.
Essa infiltração preocupa também pela dificuldade de cooperação judicial internacional entre o Brasil e o Japão, o que pode dificultar investigações e desmantelamento das redes locais.
O PCC deixou de ser apenas uma facção nascida nos presídios paulistas nos anos 1990 para se tornar o maior conglomerado do crime da América do Sul. Sua expansão internacional é estratégica: acesso direto a portos, rotas de escoamento e parcerias com outros cartéis internacionais, incluindo organizações criminosas na Colômbia, Bolívia, Paraguai, África e Europa.
O avanço do PCC revela a falência parcial das políticas de repressão ao tráfico, tanto no Brasil quanto fora dele. Enquanto houver demanda e fragilidade nos sistemas legais e fronteiriços, o grupo continuará se expandindo — silenciosamente, mas com eficácia brutal.
Fonte: RPJ News/ crédito Gaeco