Uma pesquisa aponta que o principal fator da queda na natalidade no Japão é o aumento de solteiros, não a quantidade de filhos por casal. Ainda assim, políticas públicas seguem focadas somente no apoio à criação dos filhos, ignorando mudanças sociais profundas.
O número médio de filhos por casal permanece estável há mais de 50 anos. O problema é a falta de casais. Como reforçam especialistas, sem união, não há nascimento.
Nesse contexto, os casamentos internacionais têm ganhado destaque. Em 2023, Okinawa liderou a taxa nacional com 7,03%, ultrapassando Aichi, Tóquio e Gifu — líderes em 2019. Em Okinawa, 81,8% dos casamentos internacionais envolvem mulheres japonesas e maridos estrangeiros, invertendo o modelo tradicional das “esposas estrangeiras”.
A mudança de perfil reflete um novo ideal: o casamento como parceria entre iguais. Enquanto Okinawa e Tokyo — com baixas taxas de esposas estrangeiras — conseguiram conter o declínio nos casamentos, Aichi e Gifu — onde o modelo antigo ainda predomina — apresentaram quedas acima da média.
Para avançar, o Japão precisa romper com os padrões do passado e reconhecer os novos valores da era Reiwa, promovendo uniões mais equilibradas como parte de sua resposta à crise demográfica.
Fonte: Toyo Keizai