As autoridades japonesas estão intensificando a colaboração entre polícia e setor privado para prevenir ataques terroristas cometidos por indivíduos isolados, conhecidos como “lobos solitários”. A medida surge após o assassinato do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, em 2022, por Tetsuya Yamagami, que fabricou uma arma artesanal sem ser detectado.
Em Tóquio, a polícia do bairro Adachi firmou parceria com associações imobiliárias para que agentes e corretores compartilhem informações sobre atividades suspeitas em imóveis, como cheiro de pólvora ou ruídos metálicos. O objetivo é identificar comportamentos de risco antes que resultem em crimes. Produtos químicos usados em explosivos, como enxofre, também foram adicionados à lista de itens monitorados.
A polícia está ainda reforçando a vigilância online. A Agência Nacional de Polícia pediu cooperação à X Corp. (antigo Twitter) para rastrear postagens com termos codificados que expressem ameaças, especialmente durante campanhas eleitorais. Em um mês, foram identificadas 889 postagens perigosas em diversas plataformas.
Empresas como Mercari e LY Corp. (operadora do Yahoo! Japan e do Line) também adotaram restrições, proibindo a venda de componentes de munição e armas de brinquedo capazes de disparar projéteis reais.
Para consolidar informações, foi criado um sistema nacional de monitoramento de pré-incidentes, e uma nova seção especializada da Divisão de Segurança Pública atua como centro de comando contra infratores solitários. A polícia ainda estuda o uso de inteligência artificial para detectar ameaças em redes sociais.
Segundo o professor Mitsuru Fukuda, da Universidade Nihon, o desafio é equilibrar segurança e direitos civis, promovendo um ambiente onde cidadãos sintam-se à vontade para alertar as autoridades sobre possíveis riscos.
Fonte: The Japan News









