Tradicionalmente associado aos idosos, o shukatsu — planejamento para o fim da vida — vem ganhando espaço entre jovens adultos no Japão, que o encaram como uma forma de reavaliar o modo de viver.
Mutsumi Suzuki, de 34 anos, de Chiba, participa de um grupo que promove encontros mensais para discutir valores, desejos e planos pessoais, indo além dos temas tradicionais de testamentos e funerais. Ela afirma que o processo a levou a mudar de emprego e buscar uma vida mais alinhada com seus objetivos.
Uma pesquisa da Rakuten Insight, de 2024, mostrou que 70% dos japoneses entre 20 e 69 anos têm intenção de praticar o shukatsu. Entre os mais jovens, 40% dos homens na faixa dos 20 anos e 70% das mulheres nos 30 manifestaram interesse.
Especialistas, como Aya Seike, da Universidade Ritsumeikan, atribuem o aumento da adesão entre jovens ao impacto da pandemia de COVID-19, que despertou maior consciência sobre a finitude da vida. Em palestras recentes, Seike tem incentivado reflexões sobre o que constitui “uma vida melhor”, inclusive com experiências simbólicas, como deitar-se em um caixão.
Para ela, o shukatsu “não deve ser imposto”, mas praticado no momento e na forma que melhor ajudem cada pessoa a viver de modo mais consciente.
Fonte: The Japan News









