Quando 2018 der o seu suspiro final diante dos rojões rasgando o céu, não lamentarei os erros cometidos. Pensarei apenas que posso fazer melhor. Não lamentarei as coisas boas que ficarão em 2018. Pensarei que outras coisas bem bacanas vão acontecer.
Quando 2018 der o seu suspiro final, não pedirei ao recém-chegado 2019 uma vida perfeita. Até mesmo porque uma vida perfeita seria muito chata. Pedirei apenas que eu seja um pouco melhor.
Que eu utilize as experiências de 2018 como aprendizado para fugir de algumas esparrelas. Que eu utilize as emoções sentidas em 2018 para tornar a minha vida mais autêntica. Que eu utilize tudo que eu experenciei e senti em anos anteriores para chegar um pouco mais perto da vida que eu desejo para mim.
Que eu me torne cada vez mais a pessoa que quero ser. A pessoa que escolhi ser.
Quando 2018 der o seu suspiro final diante dos rojões rasgando o céu, não lamentarei os erros cometidos. Pensarei apenas que posso fazer melhor. Não lamentarei as coisas boas que ficarão em 2018. Pensarei que outras coisas bem bacanas vão acontecer. Algumas até melhores. Outras, simplesmente diferentes.
Quando 2018 der o seu suspiro final, vou me lembrar que as mesmas dificuldades vividas que trouxeram cansaço e até mesmo tristeza, ensinaram-me e me fizeram alguém mais forte.
A mesma queimadura que arde e arranca lágrimas é a que nos sussurra ao pé da alma que podemos ir sempre além, que somos capazes, que depois de um tombo feio, que depois de uma tempestade terrível, algo em nós muda para sempre. Algumas vezes para pior. Mas muitas vezes para melhor. Basta termos um pouco de sabedoria para dar tempo ao tempo e perceber que tudo pode ser aproveitado para nos tornarmos alguém mais destemido, mais sincero, com emoções mais apaziguadas e propósitos mais generosos.
Existe a hora de sentir raiva. Existe a hora de sentir ternura. Existe a hora para lembrar, para esquecer, para perdoar, para ressignificar, para seguir em frente.
Cada um tem o seu tempo e quando este tempo não é forçado nem violado pelas exigências alheias ou pelo nosso próprio perfeccionismo, ele seca aquelas queimaduras doloridas que fizeram a alma chorar. E no lugar das cicatrizes, nascem a poesia.
Não me refiro ao gênero literário. Refiro-me a qualquer tipo de beleza, de sabedoria, de arte que torna a nossa vida um pouco melhor, um pouco mais nossa. E que venha 2019!