O curriculum vitae (em japonês, chamado de Rirekisho) é um documento que agrupa informações pessoais de um profissional junto a sua formação acadêmica e sua trajetória no mercado de trabalho, visando demonstrar suas qualificações, competências e habilidades. De uma forma mais direta, o curriculum descreve quem você é e quais qualidades e experiências profissionais você possui.
Um bom curriculum, bem apresentável e redigido, pode não garantir um emprego mas é, sem sombra de dúvidas, um passo importantíssimo para alcançá-lo. Veja como é importante ter em mãos um “passaporte” para conseguir uma vaga desejada no concorrido mercado de trabalho japonês.
O mercado de trabalho no Japão não está somente nas fábricas. Com a fixação de brasileiros no país, também é vantajoso encontrar um emprego fora das linhas de produção. Se a pessoa tiver especialização ou experiência em uma área específica, fica mais fácil ainda. É claro que isso, às vezes, exige alguns sacrifícios. Um deles, talvez o mais expressivo, é a troca de um salário menor -comparado ao que se ganha na fábrica – com a oportunidade de trabalhar em um outro ramo.
O currículo (rirekisho) é um instrumento essencial para quem busca emprego. Ele deve ter informações pessoais escritas de forma clara, além de uma foto recente com a face bem visível. Além disso, é bom evitar muitas folhas – duas já são o suficiente para relatar o histórico escolar, documentos e dados pessoais, empregos anteriores, cursos, atividades esportivas e culturais.
Mesmo quem procura emprego em fábrica pode ter um currículo. Normalmente, é preciso preencher uma ficha na empreiteira tendo em mãos documentos como passaporte, carteira de registro de estrangeiros e carta de motorista do Japão (se tiver). Também é bom ter sempre em mente o endereço completo e telefone para contato, além de informações sobre os serviços anteriores que estão no currículo. Deslizes do tipo “não sei meu endereço” prejudicam já no primeiro contato.
Para os jovens, procurar o primeiro emprego não é uma tarefa fácil. Existem inseguranças, falta de conhecimento do mercado e o medo do fracasso. Para deixar os inexperientes mais preparados, as Agências Públicas de Emprego (Hello Work) têm realizado cursos com o propósito de orientar os alunos quando forem preencher um currículo ou fazer uma entrevista de trabalho.
Muitos brasileiros que dominam o idioma têm conseguido emprego –fixo ou arubaito – em lojas, restaurantes e escritórios, competindo diretamente com japoneses.
O formulário de um currículo básico pode ser encontrado nas livrarias e papelarias.
Também há programas específicos, que podem ser baixados gratuitamente da internet, com os campos para serem preenchidos no próprio computador. É ideal para quem não tem uma boa caligrafia, mas muitas empresas preferem que o currículo seja preenchido a mão. Para ver detalhadamente quais são os campos a serem preenchidos.
Dicas
– O currículo pode ser padronizado, mas deve se fazer as adaptações necessárias, valorizando mais ou menos determinados aspectos de seus dados, conforme o perfil proposto pelo requisitante
– Pense muito bem antes de encaminhar um currículo com mais de duas folhas, ainda que haja qualificações e outras habilidades para encher um livro
– Evite relatar todo o seu histórico escolar, todos os seus documentos e dados pessoais, todos os seus empregos, todos os cursos, palestras, seminários que você já participou na vida. Preocupe-se em relatar apenas aquilo em que você realmente é bom e tem de melhor ou as informações que forem solicitadas
– Não faça textos explicando os assuntos. Utilize o recurso de frases curtas, adotando um estilo direto, objetivo e claro
– Nada de encadernação, folha capeada, plastificação. Evite xerox, principalmente as de má qualidade
– Antes de encaminhar o currículo, leia e releia para se assegurar de que não há erros.