A vida é ser grato por ter acontecido e não ingrato por ter dado errado. É poder agradecer por ter acontecido e não se culpar por ter acabado. É valorizar enquanto se vive e não perceber o quanto era importante depois que acabou.
Eu tinha convicção que se um dia nossa história acabasse seria com um grande desfecho. É que não fazia sentido, para mim, uma história tão bonita com um final tão ruim. Lembrava daqueles filmes em que nós amamos demais a trama e o final não tem nada de sensacional e bem bolado que nos arrepie – e isso é um saco, sabe?
Eu não consigo aceitar nada menos que o extraordinário, aquilo que nos faz ficar de queixo caído e pensando “caraca, que demais” ou “droga, porque não pensei nisso?”.
Mas o nosso fim não me arrepiou. Sim, ele me surpreendeu, mas digamos que foi de uma forma negativa. E a partir dele eu comecei a reparar que mais e mais despedidas, mais e mais finais vieram de uma forma extremamente desagradável. Foi então que eu entendi que a vida não espera você colocar finais gostosos e cheios de amor e últimos abraços e beijos.
E isso não serve apenas para despedida de pessoas não!
Quando você menos esperar você está fora. Fora da vida de quem você não queria deixar, fora do ensino médio que você jurou nunca sentir falta, fora da faculdade que você tanto desejou entrar, fora do trabalho que você tanto se dedicou, fora daquela fase em que você achou que o mundo estava desabando na sua cabeça, mas descobriu em seguida que as coisas podem piorar bem mais. De protagonistas viramos telespectadores em um piscar de olhos. E isso é desesperador se você não souber aproveitar os pequenos grandes momentos que lhe são proporcionados.
A vida é ser grato por ter acontecido e não ingrato por ter dado errado. É poder agradecer por ter acontecido e não se culpar por ter acabado. É valorizar enquanto se vive e não perceber o quanto era importante depois que acabou.
É saber que ser forte inclui um misto de tristeza e alegria e não viver 100% apenas um sentimento só.
É saber dar o braço a torcer numa briga, falar que ama mesmo sem saber se é recíproco, evitar um desentendimento por bobeira e transformar em um novo momento gostoso de ser lembrado.
Então, por que a gente não pode aproveitar a vida como ela é? Por que não aproveitamos os pequenos momentos que lá na frente podem fazer uma enorme diferença?
A gente esquece que um namoro pode acabar daqui cinco minutos sem aviso prévio, que uma amizade pode ser desfeita mesmo com tanta bagagem pela caminhada. A gente esquece que amanhã nós ou quem nós amamos podemos não estar mais aqui para consertar o que a gente deixou passar. A vida não para e não espera, sabe? Ela não vai aguardar você deixar o orgulho de lado para pedir perdão, não vai aguardar você perder alguém para sentir falta e só então querer corrigir o que poderia ter dado certo se você tivesse valorizado antes. Então faça sua parte. Ame agora, já. Realize o que você quer nesse instante. Seja feliz nesse exato minuto. Peça perdão. Perdoe. Deixe o orgulho de lado.
Se a vida der um sopro você não vai se arrepender, pois sabe que fez tudo o que esteve em seu alcance. A vida não vai dar sinal, então viva como se agora fosse o final.