Quais as diferenças entre Templos e Santuários no Japão?
Como sabemos, o budismo e xintoísmo são as duas religiões mais proeminentes no Japão. E o mais interessante é a forma como essas duas religiões se fundem na cultura japonesa. Por causa disso, temos um pouco de dificuldade de diferenciar uma da outra.
Podemos começar pelos Templos e Santuários. Você sabe fazer a distinção correta entre os dois? A diferença já começa com a sua nomenclatura: Um Templo Budista no Japão é chamado de Otera (お寺), enquanto que um Santuário Xintoísta é chamado no Japão de Jinja (神社).
Com isso já deu pra perceber a primeira diferença né? A forma como praticar o “Omairi” (お参り), nome dado ao ritual de oração realizado nos templos e santuários é também um pouco diferente um do outro. Confira abaixo algumas das principais características dos templos e santuários japoneses.
Características de um Santuário Xintoísta
Normalmente, um Santuário, ou seja “Jinja” tem um torii (とりい) na entrada, aquele portal de madeira, na maioria das vezes pintado de vermelho. Ele indica que a área dentro do portal é um espaço sagrado. Outra característica é que o nome de cada santuário é acompanhado pela palavra Jinja.
Quando trata-se de um Santuário ligado à Família Imperial Japonesa, o nome é acompanhado por Jingu, ao invés de Jinja. Como exemplo, podemos citar os Santuários Yashiro, Miya, Hokura, Taisha, entre outros.
Muitos templos xintoístas são ornamentados com o Shimenawa, cordas de palha de arroz trançadas enfeitadas com dobraduras de papel em forma de raio (shidê). E como a Natureza exerce um papel fundamental no xintoísmo, os santuários shinto são rodeados de muitas árvores (Jinja no mori).
Rituais Xintoístas
O caminho entre o Torii e o Santuário é chamado de Sando (caminho de aproximação). Segundo a crença Shinto, esse percurso serve para relaxar e acalmar a mente dos visitantes. Chegando ao Santuário, vemos um Temizu-sha (fonte de purificação). É uma especie de casinha com telhado que embaixo tem uma bacia de pedra com água e conchas de metal com cabo de madeira.
Neste local, os visitantes se purificam, lavando as mãos com a ajuda das conchas da fonte. Também se coloca um pouco de água nas mãos para enxaguar a boca. Mas atenção: Não pode beber a água e nem levar a concha até a boca. A água serve apenas para se livrar das impurezas.
Em frente ao altar, os visitantes normalmente seguem um pequeno ritual: O visitante faz uma oferta, colocando uma moeda no lugar destinado. Em seguida, toca-se um sino preso com uma corda, curva-se duas vezes, bate palmas duas vezes, curva-se novamente e faz uma oração por alguns segundos.
Características de um Templo Budista
Se o Torii é considerado um dos maiores símbolos de um Santuário Xintoísta, podemos dizer que o “Pagode” é um dos maiores símbolos de um “Otera (Templo Budista). Pagode é aquela estrutura oriental semelhante a uma torre de vários níveis) e que fica sempre próximo dos grandes templos budistas.
Embora não tenha o Torii, a maioria dos templos budistas tem também seus portões de entrada. Cada um deles tem um nome, seguido do sufixo “mon”. No caso do templo budista Sensoji, o seu belo e suntuoso portão chama-se Kaminari-mon. Já o Nandai-mon é o portão do templo Todai-ji, em Nara.
Outra característica dos templos está no seu nome que sempre é acompanhado pelo sufixo “dera” (Ex: Templo Kiyomizu-dera) ou “ji” (Ex: Templo Todai-ji). Ao contrário dos santuários que cultuam vários deuses, os templos budista estão centradas em torno do Buda ou Hotokesama (仏様), como também é chamado.
Outra característica marcante de alguns templos budistas são os detalhes decorativos em ouro e o Manji, um símbolo da suástica budista.
Rituais Budistas
Sempre que for entrar em um templo, deve-se tirar os sapatos. O ritual de oração em um templo budista japonês é realizado de maneira mais discreta. Normalmente o visitante acende um osenko (incenso) em um incensário, faz a oração e depois apaga as chamas abanando com as mãos.
Dizem ainda que a fumaça criada pela queima do incenso tem propriedades curativas. Por essa razão é comum vermos pessoas com algum problema de saúde ou com algum tipo de dor, abanar a fumaça de modo que esta se aproxime da região afetada pela dor ou problema de saúde.
Enfim, essas são algumas das diferenças que podemos observar entre Santuários e Templos japoneses. Com certeza há vários outros detalhes que não foram mencionados, mas espero que essas informações ajudem a sanar um pouco das dúvidas de quem as tem. Então, resumo da ópera:
Fonte: Japão em Foco