São tempos de escassez, de constante busca pela reciprocidade. É a caça incessante ao quase utópico amor que transborda.
Verdade é que amar o outro quando se tem sempre um programa de sábado à noite, um buquê de rosas em datas comuns e um abraço quando se precisa de um colo, é muito simples.
Por isso, você só vai descobrir que ama verdadeiramente alguém, quando tudo que o outro puder lhe dar for nada, e ainda assim, você permanecer.
O amor é um poço de desejo, um cálice de ternura; uma expressão pura do espírito mais sublime. Não tem preconceitos, amarras ou traições. Amor é amor, no tudo e no nada. E quando a maior demonstração de carinho alguém puder lhe dar for apenas um sorriso torto, meio sem jeito, mas que usa até o último grão de forças que aquela pessoa tem naquela hora, e você conseguir sorrir de volta com o coração explodindo de felicidade, você o terá encontrado.
Amar exige coragem. Cobra que a gente tenha a capacidade de pegar na mão do outro para andar descalço sobre a brasa quente.
É sobre enxergar nele um brilho mais intenso do que qualquer diamante pode exibir; não conhecer vazios porque alguém preenche todos os seus vácuos; é ter ganho na loteria e não ter acrescentado nem um centavo a mais no bolso.
O amor está no instante em que você precisa deixar as suas dores para cuidar do sofrimento do outro, engolir suas carências e frustrações, quando o outro não tiver como abraçá-lo(a).
O amor é o momento em que você dá tudo de si e enxerga o tudo do outro no nada que ele pode lhe oferecer, porque amar é uma troca, às vezes, somente de conexão, quando se precisa enxergar a reciprocidade no mais simples dos gestos, na tristeza, na pobreza e na doença.